“Pacto” entre Bolsonaro, Congresso e STF é pacote de medidas contra trabalhadores. Greve Geral neles!

Eles brigam, criticam um ao outro, tentam se desvincular da “velha política”, mas ao final estão todos juntos para defender seus próprios interesses. E quais são? Fazer a Reforma da Previdência para garantir os privilégios dos banqueiros, empresários, políticos e da alta cúpula dos militares; retirar verbas da educação para ter mais dinheiro para pagar a velha e falsa dívida pública aos banqueiros; privatizar o patrimônio público, entre outros ataques.

É isso que pretendem fazer o governo Bolsonaro, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Segundo vem sendo divulgado pelos representantes dos Três Poderes, a proposta é assinar um “pacto”, um documento com os compromissos assumidos pelo Executivo, Legislativo e Judiciário no dia 10 de junho, no Palácio do Planalto. O governo está redigindo o documento que garanta, em linhas gerais, o compromisso desses poderes em aplicar um plano que interessa fundamentalmente aos setores privilegiados do país, que incluiria a reforma da Previdência e outras reformas defendidas por Paulo Guedes, como a tributária e desvinculação do orçamento para reduzir investimentos obrigatórios em saúde e educação e o projeto sobre segurança pública do ministro Sérgio Moro.

A iniciativa vem sendo duramente criticada

Juízes já afirmaram que a participação do STF, inclusive, seria inscontitucional, pois a Corte estaria antecipando uma posição sobre temas que depois teria de decidir judicialmente. Segundo eles, Toffoli não tem “procuração” para representar o STF. Assim, como os presidentes do Congresso Nacional também não os têm e estão sendo criticados na casa.

A ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia) divulgou nota que não é função do presidente do Supremo Tribunal Federal celebrar ‘pactos’ com os demais poderes da República. “Por outro lado, é papel do STF julgar as demandas acerca da constitucionalidade das normas. Esse dever – do controle jurisdicional de constitucionalidade – não pode se sujeitar a ‘pactos’ de qualquer natureza”.

Resposta a protestos

As discussões para tal pacto entre governo, Congresso e Judiciário ocorrem em meio ao aprofundamento da crise econômica, política e social no país. Os seis primeiros meses do governo Bolsonaro amarga uma série de dados negativos na economia, além de graves ataques aos direitos da classe trabalhadora e do povo pobre.

Querem dar o nome para isso de “Pacto pelo Brasil” como se fosse uma união dos poderes a favor de resolver os problemas do país, em prol do povo, mas é exatamente o contrário. Querem unificar e oficializar ataques ao povo.

É em resposta à piora nas condições sociais no país, com o aumento do desemprego, e ataques como os cortes no orçamento na Educação, a Reforma da Previdência que acaba com as aposentadorias, a destruição do meio ambiente, os ataques aos povos indígenas e quilombolas, entre outros, que a população tem tomado as ruas desde o início do ano, culminando no “tsunami” de milhões de manifestantes que foram às ruas nos dias 15 e 30 de maio.

A tentativa de pacto Bolsonaro, Rodrigo Maia, Alcolumbre e Dias Toffoli é barrar esse processo de lutas.

“Apesar das permanentes crises do governo Bolsonaro, em razão de suas trapalhadas e disputas internas de poder, e dos atritos com o Congresso e o Judiciário, eles têm acordo em manter seus privilégios e jogarem a crise sobre os trabalhadores e o povo pobre. Por isso, essa tentativa de obter um mínimo de consenso e ação unitária”, avalia o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Paulo Barela.

“O que assusta os poderosos é a luta dos trabalhadores, o povo na rua. Isso pode barrar a reforma da Previdência, os ataques à Educação e todos os demais ataques. Por isso, a Greve Geral no próximo dia 14 de junho é fundamental. Com uma poderosa paralisação em todo o país e a intensificação das lutas podemos impedir essas medidas e exigir que o governo garanta empregos, respeite os direitos e atenda as reivindicações do povo”, concluiu Barela.

Fonte: CSP - Conlutas