Rui Costa: o governo que não negocia

Rui Costa adotou o discurso “educação como prioridade” para o novo mandato como governador da Bahia. Essa promessa será realmente cumprida pelo governo que, nos últimos quatro anos, contingenciou o orçamento das universidades estaduais e atacou a carreira docente?

Após a greve vitoriosa de 2015, o Movimento Docente (MD) tem enfrentado a intransigência do governo em retomar as negociações. Desde então, a pauta de reinvindicações foi protocolada seis vezes nas diversas secretarias do governo.

Em 2016, o MD conquistou quatro reuniões com representantes do governo, porém, em nenhuma as solicitações da categoria foram atendidas.

Não houve negociação, mas houve violência. Durante inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Vitória da Conquista, no mês de agosto de 2016, professores e estudantes da Uesb foram agredidos por seguranças do governador, enquanto protestavam em prol dos direitos da categoria e de orçamento para as universidades estaduais baianas.

A violência do Governo Rui Costa contra professores e estudantes da Uesb (UPA)

Foram duas reuniões no ano de 2017 em que os representantes do governo não ofereceram qualquer avanço nas negociações. Mesmo assim o Movimento Docente não cruzou os braços. Em reunião com Arquidiocese de Salvador o Fórum pediu o apoio da Igreja Católica sobre o cenário de não garantia dos direitos trabalhistas e a crise orçamentária das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba).

Fórum das ADs reúne com Arquidiocese de Salvador para cobrar diálogo com o governador Rui Costa

Ainda em 2017, o MD entregou nos gabinetes dos deputados das Bancadas de Minoria e Maioria um documento exigindo aprovação de emenda para garantia do orçamento das Instituições de Ensino Superior.

Para reforçar a luta foi aprovado indicativo de greve. E novamente, a pauta de reinvindicações (2018) foi protocolada junto à Governadoria e secretarias estaduais da Educação (SEC), da Administração (Saeb) e das Relações Institucionais (Serin).

Durante campanha eleitoral de 2018, professores da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) foram impedidos de entrar em cerimônia pública com a presença do governador. Uma atitude de desrespeito pela luta da categoria e pela liberdade de expressão.

Professores da Uesb, campus de Vitória da Conquista também foram vítimas do autoritarismo.  Para não receber a pauta do MD e abrir as negociações, Rui Costa inaugurou o Centro de Cultura Camilo de Jesus, uma obra pública, de portões fechados. Os docentes permaneceram do lado de fora em protesto por seus direitos e pela educação.

- Professores da Uefs são impedidos de adentrar em evento com a presença do governador

- Em Vitória da Conquista, Rui Costa falta em cerimônia para fugir de diálogo com Movimento Docente

O MD sempre esteve em busca do diálogo. A Adusb aproveitou a presença de representantes do governo e de deputados durante a cerimônia de posse da reitoria da Uesb e cobrou providências em relação às reivindicações da categoria.  

 No final de 2018, representantes do Fórum das ADs denunciaram a intransigência do governo estadual em cumprir as determinações judiciais referentes aos direitos dos docentes junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Docentes das UEBA denunciam governo estadual a OIT

A luta não para. Já em 2019 foi protocolado novo documento junto às secretarias do governo estadual reivindicando a abertura de negociação em caráter de urgência.

Pelos direitos da categoria e em prol de educação de qualidade para todos, avancemos.