Aumenta o número de trabalhadores informais e desemprego atinge 12 milhões de pessoas

Cada vez mais os trabalhadores brasileiros estão indo para a informalidade para fugir do desemprego. Em 2018, um em cada quatro brasileiros estavam sem trabalho com carteira assinada, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse número representa mais de 23 milhões de pessoas, e é o maior registrado desde o início da pesquisa em 2012.

Esse montante contempla a faixa de pessoas consideradas “desocupadas”, nos chamados trabalhos informais, o que não representa, necessariamente, trabalho de qualidade.

“Será que o indivíduo está conseguindo compensar a perda dos direitos que ele teria ao ter a carteira assinada, com uma renda maior? Em geral, não, e aí é que vem o problema. Na prática, quando olhamos para o rendimento médio de quem é informal e de quem é formal [carteira assinada], em geral, o rendimento da pessoa formal é maior”, explicou Bruno Otonni, pesquisador da FGV (Fundação Getúlio Vargas), em entrevista ao Jornal Nacional, exibida nesta quinta-feira (31/1).

Como consequência disso, também cresceu o número de desempregados, com 12, 8 milhões de pessoas sem trabalho, o que representa quase o dobro, se comparado há quatro anos, quando esse número era de 6,7 milhões.

Segundo IBGE, o número de pessoas que possui carteira assinada é o menor em sete anos e chega a 32, 9 milhões.

Subemprego

Também foi alto o volume de pessoas na chamada força de trabalho subutilizada, que são pessoas que trabalham menos horas do que gostariam ou que estiveram disponíveis para trabalhar, mas não consegue se realocar no mercado.

No total, 26,9 milhões de pessoas estiveram nessa condição no trimestre encerrado em dezembro.

Reforma trabalhista aprofunda desemprego e informalidade

O discurso do governo Temer, dos empresários e da maioria do Congresso para aprovar a Reforma Trabalhista (Lei 13.467, de 2017) era de que a medida geraria 2 milhões de empregos nos dois primeiros anos de sua vigência. No entanto, a nova lei nem de longe cumpriu o prometido.

“O governo e empresários tentaram enganar a classe trabalhadora com o argumento de que a a reforma traria mais emprego, e o tempo tem mostrado o contrário disso, menos trabalho e mais empregos na informalidade, sem direitos. É a absoluta precarização do trabalho, que será ainda mais agravada se passar a Reforma da Previdência”, alerta o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes.

Por isso, a classe trabalhadora deve ir à luta para a revogação da Reforma Trabalhista e se mobilizar contra as demais reformas, como a da Previdência, que é vendida como solução para os problemas do país, quando na verdade terá o mesmo propósito da trabalhista jogar nas costas do trabalhador mais precariedade e rebaixamento de direitos.

 

Fonte: CSP - Conlutas