Desde que aqui chegaram, como mão-de-obra escrava e moeda de troca, até a atualidade, em que correspondem a 53,6% da população, a situação da negra e negro no país é de opressão e desigualdade. Os ataques e o discurso de ódio contra a população negra, que se intensificaram recentemente, confirmam a necessidade de avançar no combate ao racismo no país.
Estruturado num passado escravagista, consequência de nosso modelo social vigente fundamentado nos mecanismos de exploração, o racismo se manifesta no cotidiano das negras e negros de diversas formas. O enfrentamento dessa realidade vai além da mudança de visão social de inferioridade do sujeito negro.
A construção de igualdade para negros no Brasil passa pela estruturação curricular dos ensinos básico, médio e superior no reconhecimento e valorização dos sujeitos negros, pelos investimentos públicos em educação, saúde, segurança etc, prioritariamente, em áreas de maior vulnerabilidade social, onde se concentra a maioria da população negra.
A mudança estrutural na desigualdade racial depende também da manutenção e ampliação das ações afirmativas, como, por exemplo, em cursos de pós-graduação. É preciso denunciar as diferenças salariais e de posições no mercado de trabalho entre negros e brancos.
Na luta de combate ao racismo o reconhecimento das terras quilombolas se constitui um dos elementos do processo de reparação histórica e valorização da condição do negro brasileiro. A adoção de políticas efetivas que estanquem o genocídio da população jovem negra e a violência contra as mulheres negras são outras medidas essenciais no reconhecimento da igualdade do ser negra e negro.
A diversidade de demandas da luta do povo negro mostra a perpetuação do racismo nas estruturas sociais e políticas do Brasil. No entanto, essa mesma luta ratifica a coragem e resistência desse mesmo povo.
Veja o vídeo: Memória e Resistência Negra
Produção: Andes - SN