Pré-ENE é concluído com debate sobre currículo

Na tarde da quinta-feira (1), aconteceu a terceira da plenária do Pré-Encontro Nacional de Educação, em Vitória da Conquista. Professores, estudantes, sindicatos e movimentos sociais continuaram os debates sobre a situação da educação no país. As propostas discutidas na atividade sobre currículo e formação dos trabalhadores em educação serão apresentadas na etapa estadual, que será realizada de 31 de novembro a 2 de dezembro, a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).

Cristiano Ferraz, representante da Unidade Classista abordou a atuação “dualista do capital na educação que divide as classes sociais entre as que pensam e as que fazem o trabalho manual”. Nesse processo, a classe trabalhadora sempre é subalterna, produto dessa educação alienante. A reversão desse quadro seria a “educação unitária”, vista no projeto de Universidade Popular.

Espaço de formação do ser, a educação na universidade popular organizaria a sua produção de conhecimento e a sua maneira de ser a partir das demandas concretas da sociedade. Cristiano reafirmou a importância da luta da classe trabalhadora por esse modelo de educação para “construção de um novo ser humano”.

Sobre o tema “Conhecimento, currículo e avaliação”, a professora Cristina Pina destacou a privatização como outro elemento do capital ativo na educação. “Por meio do controle da formação de professores e produção de material didático, grupos econômicos privados têm monopolizado a educação brasileira”, reforçou Cristina.

O desmonte da educação está presente também na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A ausência das questões de gênero, racial e sexual, a negação da história contemporânea - já que a BNCC consolida o ensino de História somente até a Constituição de 1988 - são alguns dos pontos críticos do currículo nacional. Nesse sentido, Cristina aponta a necessidade de “lutar por uma educação fincada na história e socialmente referenciada”.

Cláudio Félix, representante da Corrente O Trabalho, apontou a negação do acesso da classe trabalhadora à educação, o apagamento da história e memória pela BNCC como “um terreno amplo para construir resistência”.

As medidas políticas e orçamentárias que restringem o fazer docente em relação a condições de trabalho tornam necessário que a categoria intensifique a luta pela manutenção e aplicação do piso salarial e dos direitos trabalhistas. A posição docente é fundamental para a “construção de uma teoria pedagógica emancipadora”, concluiu Cláudio Felix.