Prefeitura de Vitória da Conquista não respeita professores grevistas e encaminha projeto à Câmara de Vereadores
Mobilização realizada no dia 18 de julho | Foto: SIMMP

Professores da rede municipal de Vitória da Conquista, em greve desde o dia 21 de julho, farão ato público nessa sexta-feira (27) às 8:30 na Praça 9 de novembro em protesto contra a intransigência do governo com o movimento. Em nota dessa quinta-feira (26), a Prefeitura comunica que já enviou projeto de lei à Câmara Municipal de Vereadores com a proposta de reajuste aos grevistas, a mesma recusada pela categoria.

Leia o documento na íntegra.

Docentes reivindicam que o aumento ocorrido no repasse federal do FUNDEB de 6,81% seja repassado para toda a categoria, não somente para parte dela, como pretende a Prefeitura. Reivindica também a elaboração do plano de carreira de 400 monitores que atuam na regência de salas. Cumpre destacar que, conforme a lei, a Prefeitura é obrigada a aplicar 60% dos recursos do FUNDEB na remuneração dos docentes do magistério da educação básica.

O governo municipal reagiu com ameaças ao direito de greve dos servidores. Por meio de ofício informou que ocorrerão possíveis punições aos servidores públicos do sindicato apoiadores da greve. Em nota publicada em blogs da cidade, o prefeito ameaçou os funcionários com corte de salário e até mesmo com a contratação de substitutos.

Veja o ofício e a nota.

“O corte de salário tem por objetivo cercear o direito dos professores, mesmo quando ocorre com suposto amparo legal. Vale lembrar que a justiça tem se posicionado ao lado dos patrões, posicionando-se quase sempre a favor do corte de salários. Contudo, nada faz quando os salários são cortados quando não há situação de greve ou paralisação, como tem ocorrido nos últimos anos em diversos estados, colocando os interesses dos patrões acima dos direitos trabalhistas”, denuncia o presidente da Adusb, Sérgio Barroso.

Solidariedade

Em reunião realizada no dia 24 de julho, o Fórum Sindical e Popular de Vitória da Conquista manifestou seu apoio à greve e às reinvindicações da categoria. Na reunião, a diretoria da Adusb defendeu a criação de um Fundo de Solidariedade para amparar a categoria caso o corte de salário se concretize. A sugestão foi acatada por unanimidade.

A diretoria da Adusb manifesta seu total apoio aos trabalhadores e trabalhadoras do magistério municipal na sua luta por justa remuneração para toda a categoria, e repudia a postura autoritária e ilegal da gestão municipal.