Chapa Kamayurá vence eleição para o DCE UESB – Vitória da Conquista
Foto: Facebook Kamayurá DCE

Atualizada em 9 de maio de 2018 às 7:43

Nos últimos dias 3 e 4, aconteceu no campus da Uesb de Vitória da Conquista a votação para escolha da nova gestão do Diretório Central dos Estudantes. Foram 1.176 votantes, dos quais 691 (58,7%) escolheram a Chapa 2 “Kamayurá” para atuação nos próximos três semestres letivos. A chapa 1 “Nossa voz” obteve 461 votos e 21 estudantes votaram nulo ou branco. A assembleia de posse da gestão eleita ocorrerá no dia 9 de maio às 18h, no Auditório do módulo Luizão. Saiba também o andamento dos processos eleitorais do DCE nos campi de Jequié e Itapetinga.

Jequié

A votação aconteceria no dia 9 de maio, mas será remanejada para uma nova data. As urnas estarão localizadas nos Pavilhões de Aulas Josélia Navarro e Manoel Sarmento (A Lenda). Duas chapas concorriam ao pleito: “A Reconstrução em Nossas Mãos” e “Ubuntu”. Contudo, segundo informações da Comissão Eleitoral, houve unificação entre as concorrentes e a votação acontecerá com chapa única. 

Itapetinga

De acordo com nota da Comissão Eleitoral, não houve homologação, "pois as chapas que se inscreveram não atendiam aos requisitos estabelecidos no edital de convocação das eleições e estatuto do DCE da UESB”. Portanto, o período de inscrição foi estendido até às 20h do dia 10 de maio. A homologação acontecerá no dia seguinte e a votação no dia 24 de maio das 9h às 21h. Os locais de votação serão divulgados posteriormente pela Comissão Eleitoral.

Vitória da Conquista

Confira a entrevista da Adusb com o estudante de História e Coordenador Geral da chapa Kamayurá, Wesley Dantas.

Como você avalia o processo eleitoral?

O processo eleitoral foi positivo na medida em que conseguimos trazer o debate político para dentro da universidade. Compreendemos que o DCE é exclusivamente uma ferramenta política, tal como sindicatos e outras entidades representativas dentro da universidade. Nesse sentido trouxemos a discussão do orçamento como a pauta central do nosso debate. Falamos da insuficiência do orçamento do governo estadual. Conseguimos politizar o debate dentro do DCE. Um debate que sempre foi negligenciado pelas últimas gestões eleitas. O papel do DCE é um papel político dentro da universidade.

O aspecto negativo foi a baixa participação dos estudantes, que é também culpa do descrédito desses em relação ao DCE como instancia prestativa e política. O que se entende como fruto da despolitização da ferramenta DCE. A desmobilização do movimento estudantil não é acidental, sobretudo, quando se tem um DCE extremamente aparelhado tanto à reitoria quanto ao governo do estado. Assim o debate não é feito por ir de encontro aos interesses políticos da universidade e do governo.

Quais ações da nova gestão quanto à desmobilização estudantil?

Demonstrar na ocupação dos conselhos (Consu e Consepe) que o DCE é uma ferramenta de luta. Demonstrar na prática cotidiana que o DCE existe e está ativo. Fazer uma gestão de passagem de sala, nos corredores dialogando com os estudantes e chamando para as atividades.

Quais pautas estarão na centralidade da nova gestão do DCE da Uesb de Vitória da Conquista?

O eixo central é o debate sobre o orçamento dentro da universidade. Realmente a verba é pouca, mas não caberia à reitoria denunciar publicamente ou cobrar do governo do estado uma maior suplementação de verbas para a universidade? Em 2013 os estudantes perderam a conquista de 2011 de 1% do orçamento interno para a assistência estudantil.

A pauta central do DCE é a luta por mais orçamento no Consu. São as necessidades estudantis mesmo. É a luta para que o edital do RU seja cumprido rigorosamente. Levantar um debate sobre residência universitária e a defesa do processo da Estatuinte.

Como será posicionamento da nova gestão do DCE em relação à reitoria e ao governo estadual?

Prezamos sempre pelo diálogo. Não somos oposição por oposição, porém quando o diálogo falhar, a nossa disposição é para a luta e enfrentamento. Isso por acreditar que, dentro da universidade, a categoria discente deve ter autonomia frente à reitoria e governo do Estado. Uma autonomia que não aconteceu nos últimos seis, sete anos de gestão do DCE. Gestões que se recusaram a denunciar, quando foi preciso, o ataque às universidades estaduais. Gestões que se recusaram a politizar o debate dentro da universidade. Será uma posição de diálogo, e quando esse falhar, estamos com disposição para o enfrentamento.

O governo do estado se mostra totalmente intransigente com a categoria discente. Lembrar que em 2015 o governador Rui Costa se recusou a dialogar com estudantes que não eram DCE’s da base aliada do governo. Todo movimento estudantil que estava em Salvador reivindicando pautas históricas do movimento estudantil e o governo do estado se recusou a ouvir os estudantes.

A gente preza pelo diálogo, mas muito mais por nossa autonomia política, compreendendo que é a mobilização dos estudantes que pode trazer benefícios reais para a universidade.