Servidores públicos de todo país ocupam Brasília em esquenta para Greve Geral de 5 de dezembro

Ontem, 28 de novembro, Dia Nacional de Luta dos Servidores Públicos, Brasília (DF) foi ocupada por manifestações contra as reformas de Temer (PMDB) que atacam não somente os servidores, mas todos os trabalhadores, como a reforma da Previdência. Cerca de 5 mil manifestantes chegaram em caravana de diversos pontos do país.

Se concentraram por volta das 9 horas em frente ao anexo 2 da Câmara dos Deputados e durante o dia o aparato policial de Temer tentou acabar com a manifestação, mas não conseguiu. A polícia também tentou tirar o carro de som da concentração, mas o carro ficou. Além disso, cerca 1 mil manifestantes que chegaram em caravanas ficaram cercados  no entorno da Catedral de Brasília, sob violência policial, mas conseguiram seguir até a concentração do protesto.

“O ônibus do Sindscope (RJ) foi barrado na altura da Catedral e não pôde prosseguir. Tivemos que estacionar e vir andando. Nossas bandeiras foram barradas. Quiseram apreender, mas conseguimos negociar e receber as bandeiras de volta, com a condição de guardar no ônibus. Só passou com bandeiras quem deu a volta muito longe e veio por trás da Câmara”, disse a dirigente do Sindscope, Magda Furtado, que integra a Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

Apesar da pressão policial e da repressão, após intensa negociação, o cerco foi desfeito às caravanas, e esses trabalhadores seguiram até o anexo 2 da Câmara dos Deputados para realização do ato.

No início da tarde, Fonasefe e Fonacate, fóruns que reúnem servidores de todo o país, realizaram reunião ampliada de avaliação e para organizar os próximos passos da mobilização. A avaliação é de que a mobilização superou as expectativas e foi considerada positiva por todos. Além disso, a Greve Geral convocada para 5 de dezembro pelas centrais sindicais foi reafirmada por todas as entidades presentes.

“Saímos daqui com a certeza de que os servidores estão dispostos a lutar e o dia de hoje já foi um esquenta para a Greve Geral de 5 de dezembro, data que foi aprovada na reunião de avaliação das entidades”, disse o servidor público dirigente da Fenajufe Saulo Arcangeli, que integra a Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

Os servidores aprovaram impulsionar a greve de 5 de dezembro em suas bases com panfletagens, assembleias, reuniões, atos em aeroportos e plenárias unitárias.

Ao final da tarde desta terça-feira uma comissão foi recebida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM RJ) para ouvir as reivindicações dos manifestantes, com presença de oito entidades. O deputado discordou de vários dados apresentados e disse que na quinta-feira deve e informar se a reforma da Previdência irá à votação na data planejada. Isto porque o governo ainda não conseguiu 308 votos a favor. Além das centrais CSP-Conlutas e CTB, estavam as entidades nacionais Andes-SN, Sinasefe, Fasubra e Fenasps na reunião e deputados que mediaram a realização da reunião, entre eles, Chico Alencar (Psol-RJ). Todas as reivindicações foram apresentadas na ocasião.

O funcionalismo luta contra a Reforma da Previdência e Trabalhista, e a Medida Provisória 805/2017, que prevê o aumento da contribuição previdenciária de 11% para 14% dos servidores e adia reajustes que foram acordados por várias categorias. Os servidores públicos também exigem a revogação da Emenda Constitucional 95 – que congelou o orçamento da União para despesas primárias -, e da Lei das Terceirizações, além de outros ataques aos direitos dos trabalhadores.

De acordo com o dirigente da Fasubra, Gibran Jordão,  a força da mobilização garantiu a audiência com Maia. “Fizemos um ato com o foco no Congresso Nacional, do conjunto do funcionalismo tanto as entidades que compõem o Fonasefe como o Fonacate,  e foi um forte protesto que tensionou os deputados a ponto do presidente da Câmara receber as representações sindicais”.  Gibran ressaltou que as entidades refirmaram com a Maia a decisão do funcionalismo de realizar protestos contra a MP 805 e a reforma da Previdência, assim como denunciarão os deputados que votarem a favor dessas medidas que penalizam servidores e a classe trabalhadora.

Segundo Saulo, não há nenhuma confiança na reunião com Rodrigo Maia, o importante é preparar a Greve Geral para barrar as reformas.  “Vamos para a construção de uma grande greve geral no dia 5 de dezembro para mostrar para o Temer e para esse Congresso que não vamos aceitar essa aprovação da reforma e esses ataques. Fora Temer, fora todos os corruptos do Congresso Nacional”, reforçou.

Fonte: CSP - Conlutas com alterações da Adusb