Falta de materiais em laboratórios compromete atividades do curso de Biologia na Uesb
Laboratório de Zoologia da Uesb campus Vitória da Conquista

Professoras e professores do curso de Ciências Biológicas da Uesb, campus Vitória da Conquista, enfrentam dificuldades para ministrar aulas nos laboratórios. Os principais motivos são a insuficiência de materiais de consumo e instrumentos, como lupas e microscópios. A situação não é nova, porém, tem se agravado nos últimos três anos com o corte orçamentário imposto pelo governo Rui Costa. Wilson Moura, coordenador do setor responsável pela distribuição dos materiais aos laboratórios da Uesb (Asslab), afirmou que “material realmente tem faltado, principalmente depois do agravamento da crise. Desde 2014 para cá a gente não recebe uma agulha”.

Flávia Borges Santos, coordenadora da Área de Zoologia destaca que “há desmotivação dos docentes e diminuição da quantidade de alunos nos cursos de Biologia da Uesb”. Ela atua no laboratório de Zoologia, onde não tem sido possível a montagem de coleções de animais para as aulas pela falta de álcool para a conservação. Quanto a isso, o coordenador da Asslab aponta que atualmente tem atendido a demanda com o que estiver disponível em estoque.  

Outro problema enfrentado é a falta de funcionárias(os) para limpeza e manutenção dos ambientes.  Para funcionar bem, cada um dos sete laboratórios de biologia do campus de Vitória da Conquista necessitaria de um(a) servidor(a) permanente e qualificado(a). Atualmente, somente um funcionário atende a todos esses setores. Wilson ressalta que “quem decide [sobre a contratação] é a Gerencia de Recursos Humanos e a Pró-Reitoria de Administração. Já foi solicitado, enviados currículos e os próprios professores [também] solicitaram. Sendo que tanto eles, quanto os alunos, fazem o serviço [de limpeza] quando necessário”.

Gilson Ximenes, coordenador do Laboratório de Zoologia, avalia que “a administração peca cegamente em não tratar essa universidade como universidade”. Sobre a situação dos laboratórios, o professor defende que “não tem uma qualidade mínima nem para aulas, imagina para pesquisa”. As(Os) professoras(es) da área exigem urgência no atendimento das solicitações feitas.

A Adusb denuncia as condições precárias de trabalho e estudo as quais docentes e estudantes são submetidos(as). Tomando como base 2013 e a inflação do período, mais de R$ 50 milhões deixaram de ser repassados para as verbas de manutenção, investimento e custeio da Uesb. Além disso, nos últimos quatro anos, foram contingenciados do orçamento já aprovado quase R$ 10 milhões das despesas correntes e investimentos. Os valores corrigidos pela inflação ultrapassam os R$ 11 milhões.