Guilherme Boulos, liderança do MTST, é preso em ação de reintegração de posse em São Paulo
Charge: Latuff

Manifestantes ocuparam a sede da Secretaria de Habitação de São Paulo nesta quinta-feira (19).

Guilherme Boulos, liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), foi preso na manhã desta terça-feira (17) durante cumprimento de uma liminar de reintegração de posse da Ocupação Colonial, no município de São Mateus em São Paulo. Bombas de gás lacrimogênio, jatos d’água e spray de pimenta foram utilizados pela Tropa de Choque da Polícia Militar para retirar os moradores. O terreno, localizado na Zona Leste do estado, era ocupado por 700 famílias e mais de 3 mil pessoas há cerca de 1 ano e meio.

Em resposta à ação truculenta de despejo, moradores da Ocupação Colonial, MTST e outros movimentos sociais ocuparam, nesta quinta-feira (19), o prédio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e sede da Secretaria de Habitação de São Paulo. Os trabalhadores cobram uma posição sobre o despejo das 700 famílias, além de cumprimento de projetos habitacionais acordados com a secretaria anteriormente.

“Prisão política”

Boulos teria sido preso, juntamente com o militante José Ferreira Lima, por incitação à violência, descumprimento de ordem judicial e violência contra a polícia segundo noticiou o jornal Folha de São Paulo. Boulos afirmou na 49º Distrito Policial (DP), para onde foi encaminhado e onde permaneceu por 10 horas, que se tratava de uma prisão política “com o intuito de intimidar o MTST e a luta dos movimentos populares". “Quero dizer que não conseguiram nos intimidar. A luta só vai crescer, só vai aumentar a cada gesto fascista, a cada gesto ilegal, abusivo, como essa prisão de hoje”, afirmou.

O militante, juntamente com outras lideranças, negociava o adiamento da reintegração na expectativa de uma resposta do juiz ao pedido de suspensão da liminar impetrado pelo Ministério Público no dia anterior. A polícia não quis negociar e deu continuidade à expulsão e destruição das moradias. Apesar da ofensiva, os moradores resistiram e chegaram a fazer barricadas. Em nota, Andes-SN e a CSP-Conlutas repudiaram a ação truculenta da polícia.

A Diretoria da Adusb repudia todas as formas de violência contra a classe trabalhadora nas suas mais diversas formas de organização. Também se solidariza com Guilherme Boulos e todas as famílias vítimas desse processo de desapropriação em benefício daqueles que expropriam o Brasil diuturnamente. A Adusb, enquanto seção sindical do ANDES-SN, continuará apoiando todos que lutam pela construção de uma sociedade livre de todas as formas de opressão e em defesa da justiça social.

Com informações da Folha de S.Paulo, G1, Esquerda Diário, Mídia Ninja e MTST

 

“Parabéns aos envolvidos na destruição de 700 famílias, 700 casas, 3000 vidas da ocupação do Jd. Colonial em favor de um agente da especulação imobiliária”. – Post do MTST no facebook