Assembleia docente deflagra greve e fortalece movimento nacional contra a PEC 55
Reunião de instalação do comando nacional de greve/ Foto: Andes-SN

Professoras e professores da UESB, em assembleia realizada no dia 22 de novembro, aprovaram deflagração de greve, por tempo indeterminado, contra PEC 55, reforma do ensino médio e congelamento de salários. Em respeito às determinações legais, a suspensão das atividades ocorrerá a partir da segunda-feira (28).

A Greve

Desde o início do ano, a Adusb tem envidado esforços para construção da unidade com as demais categorias com a finalidade de combater o congelamento de salários, bem como a retirada de direitos trabalhistas e sociais. Inicialmente houve a tentativa de greve geral do funcionalismo público da Bahia. Contudo, o diálogo não avançou com a Federação dos Trabalhadores Públicos da Bahia (FETRAB) no sentido de fazer o enfrentamento ao Governo Rui Costa.

Com o aprofundamento dos ataques aos trabalhadores brasileiros, especialmente com o PLC 54 (PLP 257), PEC 55 (PEC 241), reformas da previdência, trabalhista e do ensino médio, a articulação passou a ser nacional para construção da greve geral no país. Apesar do esforço da CSP-Conlutas, as centrais sindicais até o momento só conseguiram construir a unidade pontual nos atos públicos.

A partir desta conjuntura, a reunião dos setores - que congrega as representações das seções sindicais das universidades federais, estaduais e municipais do ANDES-SN -, ocorrida no dia 19 de novembro, aprovou a necessidade de pautar a greve nacional do setor da educação, já iniciada pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE). Nesta perspectiva, o indicativo do ANDES-SN, de deflagração do movimento paredista, foi avaliado pelas associações docentes em todo Brasil. 39 instituições de ensino superior já aprovaram a greve, sendo duas da Bahia (UESB e UFSB), além dos Institutos federais.

Conheça o quadro atualizado das universidades que estão em greve.

Assembleia da Adusb

Na assembleia da Adusb, ocorrida no dia 22, após amplo debate, a maior parte da categoria avaliou que o papel da greve nacional do ANDES- SN é constituir a resistência contra as investidas do governo. A classe trabalhadora não pode se esquivar da defesa dos serviços públicos, do emprego e aposentadoria. Todas as medidas nacionais terão reflexos diretos para a realidade estadual. Caso a PEC 55 seja aprovada, por exemplo, o governador Rui Costa terá o respaldo constitucional para não conceder aumento salarial, estagnar a carreira docente, não realizar concursos públicos, piorar as condições de trabalho e estudo nas Universidades Estaduais da Bahia.

A proposta de deflagração da greve, por tempo indeterminado, foi aprovada com 46 votos favoráveis, 33 contrários e cinco abstenções, seguindo rigorosamente ao estabelecido no Regimento da Adusb. Todos os procedimentos legais foram adotados, pela Diretoria e Assessoria Jurídica, com o objetivo de preservar a legalidade do movimento paredista e evitar a suspensão dos salários, inclusive já observando a decisão do STF. A assembleia também aprovou os nomes para compor os comandos de greve local e nacional, que foram instalados no dia 24 de novembro.

Conheça o Comando Local.