Bancários realizam maior greve da história do setor

Mais da metade das agências do país estão paralisadas

Nesta sexta-feira (23), completou 18 dias da maior greve da história dos bancários. 56% das agências do país estão fechadas. Os trabalhadores reivindicam aumento de 14,96%, piso salarial baseado no salário mínimo estipulado pelo DIEESE e melhores condições de trabalho, incluindo segurança e fim do assédio moral e das terceirizações. A greve segue por tempo indeterminado.

As negociações não avançaram. A Federação Nacional dos Bancos (FENABAN) apresentou  7% de aumento salarial. A categoria rejeitou a proposta.   Só no primeiro semestre de 2016, os cincos maiores bancos brasileiros (Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) registraram lucro de 29,7 bilhões de reais. Em contrapartida, foram fechados 13.600 postos de trabalho e 422 agências bancárias.

Para Paulo Barrocas, presidente dos Sindicatos dos Bancários de Vitória da Conquista e Região, o impasse é devido a pouca vontade de negociação dos banqueiros. “O que está impedindo de avançar nas negociações é a intransigência dos bancos e do governo. A proposta que eles fizeram é abaixo da inflação. A gente também tem as questões relacionados às condições de trabalho, de segurança e condições de saúde que os bancos não aceitam negociar”, afirmou Barrocas. Até o momento, não há agenda de negociação.

Em Vitória da Conquista, os bancários permanecem mobilizados. Nesta semana, a categoria realizou piquetes, campanha de doação de sangue e participou do Dia Nacional de Mobilização Rumo À Greve Geral. “Essa é a maior greve dos bancários pela quantidade de bancários que conseguimos parar” declarou.  “Aqui na nossa cidade, 100% das agências estão paralisadas. E na nossa região, que representa 45 cidades, estamos com 82% das agências fechadas”, concluiu Barrocas.

Nesta quinta-feira (22), a categoria paralisou os principais centros bancários de São Paulo. Um dirigente sindical chegou a ser detido.