Marcha em Brasília reúne 3 mil pessoas contra a retirada de direitos e pela educação pública

Cerca de três mil lutadoras e lutadores participaram da marcha contra a retirada de direitos trabalhistas e em defesa da educação pública, em Brasília, nesta quinta-feira (16). Os manifestantes seguiram em marcha até o Ministério da Educação, onde entregaram uma solicitação de audiência ao representante do Ministro. O protesto fez parte da programação do II Encontro Nacional de Educação (ENE), que acontece até o sábado (18). A Adusb e estudantes da UESB participaram da atividade e denunciaram a política de contingenciamento do governo Rui Costa. Após o ato, uma plenária dos servidores públicos foi realizada na sede do ANDES para discussão da conjuntura nacional e a construção de ações unificadas contra a ofensiva à classe trabalhadora.

O protesto foi organizado pelas entidades que constroem o II ENE, como o ANDES-SN e a CSP-Conlutas, e o Fórum dos Servidores Públicos. O projeto “Escola sem partido”, a restrição de direitos trabalhistas, o PLP 257, que quer acabar com concursos públicos, destruir a carreira dos servidores, a reforma da previdência e outros ataques foram duramente criticados pelos manifestantes. Para o 1º vice-presidente da Regional do Rio Grande do Sul do ANDES, Giovanni Frizzo, , “é fundamental nesse momento em que se aceleram esses ataques trabalhistas, a classe trabalhadora construir espaços de enfrentamento dessas políticas”.

Durante a passagem pelo Ministério da Previdência, a Marcha saudou os participantes de outro protesto que acontecia no mesmo local. A proposta de igualar o tempo de aposentadoria entre homens e mulheres, a mudança das regras para o seguro desemprego e pensão por morte foram denunciadas.

Palavras de ordem como “educação não é mercadoria” e “tira a tesoura da mão e investe na educação” marcaram todo trajeto até o Ministério da Educação. As ocupações das escolas e universidades por todo país foram apontadas como símbolos de resistência e exemplo de luta. “É importante que estejamos juntos, na rua, que a gente se contraponha a toda e qualquer retirada de direitos, a todo e qualquer tipo de retrocesso que vem já se apresentando”, afirma a presidente eleita do ANDES-SN, Eblin Farage. O documento com a solicitação de audiência entre o Movimento e o Ministro da Educação, José Mendonça Filho, foi entregue ao seu assessor, Leonel Cunha.

O coordenador do Fórum das ADs, Luiz Blume, denunciou a grave crise orçamentária das Universidades Estaduais da Bahia e o projeto de destruição delas pelo governo Rui Costa. Blume criticou ainda as prioridades do governo federal, que tem como interlocutor da educação Alexandre Frota e se recusa a dialogar com entidades defensoras da educação pública de qualidade.

Plenária dos Servidores

A atividade aconteceu na sede do ANDES-SN e contou com representações de diversas categorias do serviço público do Brasil. Segundo Eblin Farage, “o ataque ao serviço público, tanto na esfera municipal, estadual ou federal vai se intensificar e a gente tem que se organizar se articular melhor e estar unido para fazer frente e não aceitar nenhum tipo de retrocesso. É mais uma vez uma aposta para sair com bandeiras de lutas unitárias”. Também há uma comissão de servidores públicos em Brasília fazendo o acompanhamento do PL 257 e pressionando o Parlamento a retirar o Projeto.