Assembleia da Adusb defende construção de greve geral do serviço público baiano

A necessidade de organização e resistência do funcionalismo público baiano, bem como da comunidade universitária, foi considerada urgente pela assembleia da Adusb, realizada no dia 31 de maio, no campus de Jequié. Os docentes avaliaram que os trabalhadores devem responder à altura aos ataques do governo Rui Costa (PT) e das Reitorias das Universidades Estaduais. Neste sentido, o fortalecimento da perspectiva da greve geral dos servidores públicos baianos foi apontado como um importante horizonte de luta para a categoria.

Para os docentes é incontestável o avanço dos ataques aos direitos trabalhistas e sociais efetuados a nível federal, tanto pelo Partido dos Trabalhadores, quanto pelo governo interino do PMDB. A lei antiterrorismo, PLP 257, reforma da previdência, propostas de privatização das Universidades por dentro e projeto Escola Sem Partido são alguns exemplos dessa política. A categoria também avaliou que nos últimos 13 anos importantes setores dos movimentos sociais e sindicais foram desarticulados e apassivados pelos governos do PT.

Em busca do aprofundamento da discussão, o Grupo de Trabalho de Formação Politica e Sindical da Adusb realizará debates nos três campi com diversas correntes sobre conjuntura política, a consigna “Fora Temer” e eleições gerais. Depois disso, a categoria será convocada a debater em assembleia. A defesa intransigente contra todos os agentes que operam a retirada de direitos e a continuidade dos esforços para reorganizar a classe trabalhadora foi aprovada.

Na Bahia, a situação não é diferente. O governador Rui Costa se recusa a pagar a reposição inflacionária do ano passado, um confisco de 10.67% nos salários. Além disso, já acenou favoravelmente ao PLP 257, que representa o congelamento de salários, fim dos concursos, suspensão das gratificações, promoções e progressões. Com a mudança do Secretário de Educação, o Fórum das ADs protocolou nova solicitação de reunião. Contudo, o silêncio do governo permanece.

No que se refere às Universidades Estaduais da Bahia, o governo aplica sua política de contingenciamento de recursos e impõe aos professores, estudantes e técnicos a precarização das atividades de trabalho e estudo. Faltam os materiais mais básicos para o funcionamento das Instituições como tinta para impressora, xerox, combustível. Os cursos de saúde não possuem luvas, álcool, máscaras ou mesmo sabão para higienização das mãos. Não há possibilidade de continuar dessa forma.

Mesmo com as graves condições em que se encontram as Universidades, as reitorias se recusam a enfrentar o governo. Pior que isso, tomam a dianteira do patrão e não reconhecem direitos adquiridos como a licença sabática. A assembleia reivindicou o endurecimento na relação com os gestores e a Adusb buscará construir junto ao Fórum das ADs ações contra o posicionamento político do Fórum de Reitores. Na UESB, será feita uma nota de repúdio ao silêncio do Sistema UESB de Rádio e Televisão Educativa em relação à crise orçamentária da Universidade e a luta das categorias em defesa da UESB.

Professores e professoras defendem, como estratégia de luta contra a política do governo Rui Costa, a construção da greve geral do funcionalismo público baiano. A Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia realizará uma plenária no dia 7 de junho com essa pauta e a Adusb participará do momento em busca de unidade com as demais categorias.