Cursos de saúde da UESB não possuem materiais básicos e podem ter atividades suspensas

A crise orçamentária na UESB se agrava a cada dia. Agora os cursos de saúde do campus de Jequié correm o risco de não terminarem o semestre letivo por falta de materiais básicos de proteção individual. Caso isso aconteça, a população jequieense pode ficar sem atendimentos que só são feitos pela Universidade. No dia 2 de junho, uma audiência pública foi realizada na Câmara de Vereadores de Jequié pela Adusb, estudantes, Departamentos de Saúde e Afus para denunciar a política de contingenciamento de recursos do governo Rui Costa.

Faltam roupas privativas para atuação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), reagentes para laboratórios, medidores de glicemia, luvas, toucas e máscaras. Também há ausência de materiais básicos para a higiene como álcool e até mesmo sabão. A situação prejudica a realização das aulas práticas em diversos cursos e coloca em risco a saúde de professores e estudantes. Essa situação acrescida de outros fatores gerou uma notificação da Vigilância Sanitária para um dos módulos de saúde da Universidade.

“O coordenador do nosso núcleo no Hospital Prado Valadares desde 2013 vem fazendo esforços tremendos para tentar regularizar essa questão do material e a Universidade não realiza a compra. Todo material que chega é um material de urgência”, afirma o professor do Departamento de Saúde 1 e membro da Comissão de Mobilização do campus de Jequié, Rodrigo Queiroz. O docente acredita que a Universidade não respeita o planejamento orçamentário, pois o núcleo do HPV e outros espaços como as clínicas de Fisioterapia e Odontologia necessitam de abastecimento  contínuo de material. Após avaliação de professores e estudantes, ficou decidido que se os materiais de urgência não forem comprados em breve, atividades de ensino e atendimentos serão suspensos ainda no semestre 2016.2.

Durante a audiência pública dessa quinta-feira (2), a Adusb relacionou o corte de mais de R$ 18 milhões nas verbas de manutenção, investimento e custeio dos últimos três anos à parte do projeto de sucateamento das Universidades Estaduais da Bahia implementado pelo governo do Partido dos Trabalhadores. O Pró-reitor de Administração, Adriano Correia e a Pró-reitora de Graduação, Talamira  Brito  também fizerem a denúncia e apresentaram a grave situação. Ainda assim, a reitoria da UESB vem prestando um desserviço a comunidade ao tentar passar a ideia de normalidade na Instituição.

Professores, estudantes e técnicos solicitaram apoio do Poder Legislativo e da população jequieense na luta pela sobrevivência da UESB, que há mais de 30 anos exerce importante papel no desenvolvimento regional e na construção de conhecimento. A presidente da Adusb propôs à Câmara de Vereadores que encaminhasse para a Assembleia Legislativa da Bahia uma proposta de emenda a Lei Orçamentária Anual, relatando a urgente necessidade de destinação dos 7% da Receita Líquida de impostos para as quatro universidades estaduais. O presidente da casa acatou e buscará o instrumento institucional adequado para fazer o documento chegar nas mãos do legislativo baiano.