Dia da visibilidade de travestis e transexuais: Adusb em defesa do respeito à identidade de gênero
Bandeira do Orgulho Trans

O Dia da Visibilidade de Travestis e Transexuais acontece nesta sexta-feira (29). Pressionado pelos movimentos sociais, o Ministério da Saúde criou a data em 2004 para marcar a luta por cidadania e a necessidade do respeito à identidade de gênero. Contudo, pouco esforço tem sido adotado pelo Estado para garantir os direitos, mesmo os mais básicos. O Brasil é o país com o maior número de assassinatos de travestis e transexuais do mundo. Apenas de 2008 a 2014, foram 689 mortes, segundo dados da organização Transgender Europe.

A violência ocasionada pelo preconceito resulta, desde muito cedo, na expulsão do convívio familiar e na evasão escolar. Em 2014, somente 95 travestis, transexuais e transgêneros participaram do Enem em todo Brasil. Tal grupo é excluído ainda do mercado de trabalho, no qual sofrem com o assédio e a discriminação. Sem outras perspectivas de sobrevivência, cerca de 90% desta população está ligada à prostituição, de acordo com informações da Articulação Nacional das Travestis, Transexuais e Transgêneros do Brasil (ANTRA). Essa dura realidade reduz drasticamente a expectativa de vida. Enquanto brasileiras(os) vivem em média 74 anos, travestis e transexuais alcançam, em geral, apenas a faixa etária dos 30.

O que a classe trabalhadora tem a ver com isso?

A Adusb, enquanto seção sindical do Andes SN, entende que a luta da classe trabalhadora pela superação do capitalismo está também ligada ao combate às opressões. A estigmatização de determinada parcela da população – LGBTs, mulheres, negros e negras, por exemplo - serve para ampliar a exploração laboral. Devido aos baixos salários e péssimas condições de trabalho as quais estas pessoas são submetidas, maiores lucros são obtidos. Portanto, transfobia, travestifobia, machismo, racismo e outras as formas de opressão servem à ordem capitalista, ao fortalecimento das contradições, indo na contramão dos interesses da classe trabalhadora.

Além disso, não há como pensar em uma sociedade justa e igualitária enquanto pessoas são violentadas cotidianamente por conta da sua identidade de gênero, orientação sexual, cor de pele ou qualquer outro pretexto discriminatório.

Em vista disto, o Andes-SN criou o Grupo de Trabalho Política de Classe para as questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual, que tem como objetivo promover o combate às opressões. A Adusb defende essa bandeira e convida professores e professoras da UESB a participarem do GT. Desde 2012, o sindicato promove atividades para discutir o tema, como o I e II Seminário Etnia, Classe, Gênero e Diversidade Sexual.

Fonte: Adusb com informações da EBC, Revista Fórum e NLucon