Espaços de auto-organização das mulheres: Encontros feministas ocorrem em novembro
Símbolo do feminismo

Dois encontros feministas ocorrem neste mês de novembro. Um deles será em Vitória da Conquista.

Em meio à onda reacionária no Congresso Nacional, os diversos movimentos feministas brasileiros estão organizados e ganham força. Durante os dias 20 e 23 de novembro acontecerá o I Encontro Nacional do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, na cidade de São Paulo.  Já em Vitória da Conquista, entre 27 e 29 de novembro, ocorrerá a I Escola de Formação Feminista Maria Rogaciana.

A atividade em Vitória da Conquista é realizada pelo Núcleo da Marcha Mundial das Mulheres, Levante Popular da Juventude e Consulta Popular. O espaço terá como tema “Mudar a vida das mulheres para mudar o Mundo: os desafios das mulheres na atualidade” e acontecerá no Colégio Estadual Abdias Menezes em Vitória da Conquista. Mais informações: https://www.facebook.com/MmmNucleoMariasRogaciana/?fref=ts

O Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro é uma frente de massa do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Durante o seu primeiro encontro debaterá a situação das mulheres na sociedade de classes, o contexto nacional e internacional para a luta das trabalhadoras. O evento também tem como finalidade definir posicionamentos políticos sobre diversos temas relacionados à vida das mulheres trabalhadoras de forma a organizar a atuação do Ana Montenegro em 2016.

Conjuntura de ataques

Atividades como as citadas são essenciais para  o fortalecimento da luta contra a opressão. Segundo dados do Mapa da Violência 2015, cerca de quatro mulheres foram mortas no Brasil em 2013 por parceiros ou ex-parceiros. O número de feminicídios é 2,4 vezes maior que a taxa internacional, conferindo ao país a 5ª posição no ranking de países mais violentos para mulheres.

Além disso, o Estado que deveria garantir a liberdade e a saúde às brasileiras também as ataca por meio de posicionamentos baseados numa moral religiosa. Nos últimos meses, projetos de lei com essa característica foram desengavetados e tramitam com facilidade no Congresso Nacional. É o caso do PL 5069/2013 do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que visa “tipificar como crime contra a vida o anúncio do meio abortivo e prevê penas específicas para quem induz à prática de aborto”. 

Outro projeto é o PL 1413/2007 que pretende proibir a recomendação e comercialização de métodos contraceptivos emergenciais como a pílula do dia seguinte. Mais PLs e emendas ofensivas às trabalhadoras estão em andamento, como a criação do Estatuto da Família, a criminalização do aborto terapêutico (que visa preservar a vida da mãe) e o aborto em casos de estupros. Essas são tentativas da bancada reacionária de legitimar a violência e exclusão social da mulher. São considerados como retrocessos, inclusive por se dedicarem a restringir e acabar com direitos conquistados através de árdua luta.

A Adusb está em luta pelo fim do machismo expresso nas mais diversas formas de violência. O sindicato entende que a construção de uma sociedade igualitária perpassa pela superação de todas as formas de opressão.

Vamos participar dos espaços de auto-organização das mulheres para construir uma sociedade onde “sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres” (Simone de Beauvoir).