Crise orçamentária: Bolsas de permanência estudantil e monitoria são suspensas na Uesb

O edital de monitoria de ensino da UESB para o período letivo de 2015.2 foi suspenso no dia 3 de novembro, bem como a concessão de novas bolsas para permanência estudantil. A justificativa utilizada pela administração está na circular 012/2015 do Conselho Superior Universitário (CONSU), que trata das deliberações da reunião realizada em 14 de outubro. O item três do documento aponta a decisão de “não abertura de Editais para 2015 caso não haja suplementação orçamentária pelo governo do Estado”. No entanto, o debate realizado na referida data girou em torno apenas dos editais de pesquisa e extensão. Deixou claro também a prioridade em garantir os pagamentos aos membros da comunidade universitária.

Na quinta-feira (4), a Pró-Reitoria de Graduação encaminhou memorando aos setores da Universidade questionando a decisão. No entendimento da PROGRAD, que também possui cadeira no Conselho, a suspensão dos editais não se aplica à monitoria. No documento é ressaltada a importância da atividade para “melhoria da qualidade do ensino de graduação e o incentivo à carreira docente”. Durante o último CONSU, diversos conselheiros ressaltaram a importância de se manter os pagamentos de bolsas que contribuíssem para a permanência dos estudantes.

Permanência estudantil

Segundo informações da Gerência de Assistência e Assuntos Estudantis (GAE), atualmente 400 estudantes recebem bolsas auxílios, número inferior ao ano passado. A gerente da GAE, Maísa Melo, afirmou que tem seguido a deliberação do CONSU, mas aguarda que a situação seja revertida. “Existem muitos alunos em situação de vulnerabilidade econômica extrema, sobretudo no campus de Jequié. Fizemos uma solicitação à Pro-Reitoria [de Extensão] que solicitasse à Reitoria a emissão de bolsas emergenciais para que esses alunos pudessem continuar na graduação”, afirmou Melo. O setor ainda não recebeu resposta à solicitação.

É importante lembrar que não houve concessão de novas bolsas de permanência para 2015 em virtude de cortes realizados pela administração da UESB. Desta forma, estudantes que ingressaram neste ano ainda não foram assistidos.

O estudante do segundo semestre de Comunicação Social, Welington Santos, diz enfrentar dificuldades para continuar a graduação. “Eu tenho me mantido com o auxílio de amigos e conhecidos. Estou tentando uma vaga na Residência, mas não sei até quando conseguirei me manter na UESB”, afirmou o discente.

A inexistência de uma política adequada de permanência estudantil tem ampliado a evasão na Universidade. Por conta disso, bolsas de pesquisa, extensão e monitoria se transformaram em uma espécie de “auxílio assistência não oficial”. A Adusb defende a criação de uma política que atenda às demandas estudantis e considera inadmissível a suspensão de bolsas que permitem a permanência dos discentes na Universidade.