O desrespeito aos trabalhadores terceirizados continua na UESB
Foto: Sindilimp

Nesta terça-feira (1º), terceirizados paralisaram suas atividades e fecharam um dos acessos à Uesb, campus de Vitória da Conquista. A categoria reivindica o pagamento imediato dos direitos trabalhistas atrasados. Segundo informações do Sindlimp, um acordo foi firmado entre a Uesb e as empresas prevendo o pagamento parcelado dos direitos. Em seu segundo dia de paralisação, os trabalhadores foram surpreendidos com a tentativa de impedir o trancamento dos portões. A categoria não recuou e manteve suas atividades em defesa de condições dignas de trabalho. Atualmente, terceirizados de uma das empresas contratadas estão com dois meses de atraso em salário, vale-alimentação e vale-transporte.

Atrasos

A prática de salários atrasados é recorrente na Uesb. Sem o repasse da universidade, trabalhadores, já precarizados, não têm seus direitos respeitados afetando diretamente o seu sustento e dos seus familiares. Alguns problemas no Plano de Saúde, recolhimento do FGTS e INSS também são frequentes.

Segundo o Sindilimp, sindicato da categoria, são cerca de 450 trabalhadores terceirizados nos três campi da Uesb e há 03 anos a categoria não recebe seus salários em dia. “Todo o mês uma empresa sobra em receber os recursos da Uesb, prejudicando os trabalhadores com até dois meses de atraso por conta do rodízio no repasse dos recursos”, afirma Luciano Souza, secretário Geral do Sindlimp. A Adusb entrou em contato com o setor responsável pelos terceirizados na Uesb, mas até o momento do fechamento desta matéria não recebemos retorno.

Terceirização
Segundo informações do Sindlimp são cerca de 26 mil trabalhadores terceirizados no Estado da Bahia. Além do não cumprimento dos direitos trabalhistas, os terceirizados ainda sofrem com o risco de demissões em massa por conta do ajuste fiscal aplicado pelo governo baiano.

Durante o ano vigente, trabalhadores do país foram surpreendidos pela PL 4330 (PLC 30) que prevê a terceirização das atividades fins nos setores público e privado. Segundo Márcia Lemos, presidente da Adusb, “a terceirização é perversa e representa um retrocesso dos direitos trabalhistas conquistados desde a década de 40 do século XX”.

A presidente da Adusb defende a ampliação do quadro de vagas para os servidores técnico-administrativos e realização imediata de concurso público. A Adusb presta total apoio aos trabalhadores terceirizados e considera inaceitável que a universidade reproduza essa cruel relação de trabalho.

 Em virtude da paralisação do Sindlimp iniciada nesta terça-feira (01), a Adusb manifesta sua solidariedade à luta dos trabalhadores terceirizados da Uesb em defesa de direitos trabalhistas. São 02 meses de atraso no pagamento de salário, vale-alimentação e vale-transporte, além de 22 trabalhadores que não receberam seus direitos de férias. A Adusb considera inaceitável o desrespeito com os trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas e se solidariza com a categoria.