Em um ano de fortes ataques à classe trabalhadora, a união entre os(as) trabalhadores(as) de todo país é fundamental para a resistência e a vitória frente às investidas dos patrões. Na Bahia, o enfrentamento efetivo contra a política de desmonte imposta pelo governo Rui Costa às Universidades Estaduais só será possível com a participação de todas as categorias na luta. A Adusb e o Fórum das ADs acreditam nessa perspectiva e trabalham para a construção da unidade com estudantes e técnicos.
O Fórum das 12, que congrega representações de professores, estudantes e técnicos da UESB, UESC, UNEB e UEFS, é um reflexo disso. Desde o início do ano de 2014, ocorreram diversas reuniões em prol dos 7% da receita líquida de impostos para o orçamento, revogação da lei 7176/97 e ampliação do quadro de vagas. Respeitando as diferenças entre as categorias, bem como suas necessidades próprias, as pautas específicas dos segmentos, como permanência estudantil e o plano de cargos e salários dos técnicos, foram amplamente debatidas. Como fruto desse trabalho de articulação entre a comunidade acadêmica, diversos atos públicos e a ocupação da Assembleia da Legislativa foram realizados.
Em 2015, novas atividades de mobilização foram construídas conjuntamente, inclusive a criação do Comitê Estadual em Defesa da Educação Pública, no dia 8 de abril, em um grande ato público em frente à Secretaria de Educação. Logo em seguida, no dia 24 de abril, o Fórum das ADs convidou estudantes e técnicos para nova reunião com o Governo. Com a deflagração da greve, reuniões ampliadas foram convocadas para a manutenção da unidade, além dos chamados para as atividades de mobilização.
A revogação da lei 7176/97, conquistada pelo Movimento Grevista, com a participação ativa do Movimento Estudantil, é uma vitória histórica para a comunidade acadêmica. A partir de sua revogação, as Universidades serão regidas por uma lei ampla que garantirá a autonomia interna para as Instituições definirem sua melhor forma de organização e funcionamento. O grupo de trabalho, responsável por elaborar o projeto de lei que substituirá a 7176/97, está aberto às contribuições dos demais segmentos das Universidades, contanto que o princípio do respeito à autonomia universitária não seja infringido.
A divergência entre as categorias é uma falsa polêmica e só interessa àqueles que buscam desmobilizar a luta unificada e que trabalham pelo fim das Universidades Estaduais da Bahia. A Adusb, como sindicato classista, defende de forma intransigente respeito aos direitos trabalhistas e melhores condições de trabalho para os técnicos. Entende também a urgência da criação de uma política de permanência estudantil que de fato atenda às necessidades dos estudantes.
Ao longo da trajetória da Adusb, o sindicato nunca se omitiu ou se recusou a fortalecer a luta por uma Universidade pública, gratuita e de qualidade. Apesar dos esforços daqueles que tentam criar conflitos entre a comunidade acadêmica, a Adusb continuará firme em seus princípios e estará na luta ao lado daqueles que defendem esse projeto de educação.