Reitoria não assume compromisso político com o orçamento participativo na UESB

Professores(as) e estudantes mobilizados(as) reivindicaram compromisso da reitoria da UESB de implantação do orçamento participativo. A cobrança foi feita durante o ato público realizado nesta segunda-feira (27) no prédio da administração em Vitória da Conquista. O reitor, Paulo Roberto Santos, se recusou a assinar um termo que garante o empenho político com a questão. O gestor também não se posicionou sobre a proposta de permanência estudantil elaborada pelo governo, nem se manifestou sobre a pauta de reivindicações protocolada pelo Movimento Estudantil em março.

Conheça o termo de compromisso. 

A reunião agendada com a administração ocorreu no pátio da reitoria para permitir o amplo debate. Os(As) manifestantes reivindicaram a implantação do orçamento participativo, com constituição paritária entre as três categorias, ainda no semestre letivo 2015.1. A Adusb deixou claro que a proposta contida no termo de compromisso, assinado por professores(as) e estudantes, é ampla, não trata da metodologia a ser adotada pela Universidade, mas afirma o princípio básico de qualquer orçamento participativo: a democracia.

De forma irônica, o reitor, Paulo Roberto Santos, ancorado em um discurso dito democrático, afirmou que não assinaria o documento, apenas o receberia. De acordo com o gestor, ele não poderia desrespeitar os grupos ausentes que por ventura discordassem do proposto ou que não se manifestaram. O local para definição da questão seria o Conselho Superior da UESB (CONSU).

A presidenta Adusb, Márcia Lemos, foi enfática ao defender que o documento não desrespeitava nenhum segmento da Universidade, pois assegura a participação igualitária das categorias na discussão do orçamento. Além disso, garante a presença da administração central, representantes de colegiados e departamentos. “O Reitor anuncia orçamento participativo, mas não o implementa, o critério da verdade é a prática e não o discurso”, afirma Márcia Lemos. A Adusb ressaltou ainda o termo como um compromisso político da reitoria com a questão, não ferindo qualquer decisão presente ou futura do CONSU.

Mesmo com os argumentos irrefutáveis, a reitoria fugiu da responsabilidade de se posicionar diante da questão e solicitou prazo para responder ao documento. No final da tarde, a administração manteve a decisão da manhã e em ofício informou que se compromete com a implantação do orçamento participativo. Contudo, o termo de compromisso não foi assinado. Os(As) estudantes avaliaram a não assinatura do termo como mais uma prova da omissão da reitoria em questões vitais para a UESB. O membro do Comando de Greve da Adusb, Marcos Tavares, defendeu a permanência da luta pelo orçamento participativo democrático. “Vamos mudar o curso da história na UESB”, afirmou Tavares.

Permanência Estudantil

Pressionado pela mobilização dos(as) discentes, o governo Rui Costa elaborou uma proposta estadual para a permanência estudantil. Por meio do Cadastro Único, o governo pretende disponibilizar bolsas para parte dos(as) estudantes ao invés de criar a infraestrutura necessária nas Universidades. Além da proposta não ter sido construída conjuntamente, o Movimento Estudantil aponta graves problemas. O programa não prevê a criação de creches, restaurantes e residências universitárias, por exemplo.

Os(As) estudantes questionaram o reitor, Paulo Roberto Santos, os motivos pelos quais a administração não convocou o Movimento para discutir a proposta na UESB e qual o posicionamento da reitoria sobre a questão. O gestor também foi cobrado a responder a pauta de reivindicações protocolada pelos(as) estudantes 26 de março e sobre as dificuldades para a permanência estudantil na UESB, especialmente no campus de Itapetinga.

O reitor deliberadamente fugiu das cobranças de posicionamento político feito pelos(as) estudantes. Também não emitiu qualquer parecer sobre a pauta da categoria. Sobre as condições para permanência estudantil na UESB, o gestor manteve o discurso eleitoreiro ao falar sobre a democratização da entrada na Universidade e as promessas vagas de melhorias.

O Movimento Estudantil e a Adusb fizeram duras críticas ao descaso e omissão da reitoria com as reivindicações apresentadas. A mudança de postura da administração foi cobrada para a redução dos altos índices de evasão em cursos da UESB, especialmente os de Itapetinga. Não basta democratizar a entrada na Universidade, é preciso criar condições adequadas para a permanência desses(as) estudantes.

Confira também a nota do Fórum das ADs sobre a omissão do Fórum de Reitores.