Movimento Grevista cobra posição do Fórum de Reitores
Coordenação do Fórum das ADs protocola carta. Foto: Ascom Adufs

O Fórum das ADs protocolou, nesta segunda (29), documento que cobra posicionamento público dos reitores sobre a greve nas Universidades Estaduais. Como já exposto em carta do Fórum de Reitores, no ano passado, a destinação dos 7% da receita líquida de impostos para o orçamento e ampliação do quadro docente são também reivindicações dos gestores.

Leia o documento na íntegra.

Enquanto a greve dos(as) professores(as) das Universidades  ultrapassa os 45 dias, o reitor da UESB e a reitora da UESC estiveram por 10 dias, em junho, no Canadá. Lá participaram de debates sobre “a criação de parcerias para a prosperidade através da diplomacia do conhecimento”. Em um momento crítico para as Instituições, no qual o governo Rui Costa se nega a garantir o mínimo para o funcionamento das Universidades, os gestores vão para o exterior debater “prosperidade”.

As contradições não param por aí. Em reuniões com o Movimento Docente, o governo acusa as reitorias de má gestão dos recursos e falta de responsabilidade com o processo de expansão. Para debater a questão abertamente, o Fórum das ADs convidou o presidente do Fórum de Reitores, Evandro Nascimento, a participar da mesa de negociação do dia 16 de junho. O governo não aceitou a presença do gestor e solicitou sua saída da reunião. Para a surpresa dos(as) professores(as) presentes, o reitor da UEFS, eleito democraticamente pela sua comunidade acadêmica, prontamente retirou-se. Vale ressaltar que não houve consenso no Fórum de Reitores sobre a participação do seu Presidente na reunião, sem o convite formal do governo.

O Fórum das ADs considera “inadmissível que os gestores permitam e a comunicação institucional destaque, a continuidade de atividades (editais, processos de seleção e matrícula etc) como se problema algum houvesse.” É urgente que os reitores, eleitos para representar os interesses da comunidade universitária, assumam a defesa das universidades e não se comportem como prepostos do governo.

O Movimento solicita que “os encaminhamentos administrativos e a comunicação institucional reflitam a gravidade do quadro atual, e que os gestores se posicionem publicamente sobre a greve docente, a situação crítica das Universidades Estaduais da Bahia e as acusações do Governo quanto a “irresponsabilidade dos reitores na gestão dessas instituições”. O documento afirma ainda que o “silêncio do Fórum dos Reitores será compreendido pela categoria como conivência com a política do Governo do Estado”.