Assembleia defende fortalecimento da greve e aprova agenda de mobilização

A greve dos professores e professoras da UESB segue forte. Sem votos contrários, a manutenção do movimento paredista foi aprovada pela assembleia realizada nessa quinta (28), no campus de Jequié. Uma agenda de mobilização com aula pública na reitoria, intervenções nas Câmaras de Vereadores e Assembleia Legislativa, além de propostas a serem levadas ao Fórum das Ads, foram deliberadas. A categoria definiu ainda os critérios para realização de atividades docentes e julgou recursos encaminhados à Comissão de Ética.

Avaliação da negociação com o governo

Durante a reunião realizada no dia 26 de maio, o governo insistiu em não ampliar o quadro docente, não assegurar os direitos trabalhistas e não investir mais recursos nas Universidades Estaduais. De acordo com as decisões das assembleias da categoria, o Fórum das ADs rejeitou o princípio do remanejamento de vagas por não esgotar a fila para promoção e considerá-lo como uma oficialização do desrespeito à carreira docente.

Leia mais sobre a reunião e o remanejamento de vagas.

Na avaliação dos(as) professores(as), o governo petista impõe um constrangimento financeiro às Universidades Estaduais que impede seu funcionamento e a garantia dos direitos trabalhistas. A situação é grave e pode levar as Instituições a encerrar suas atividades em pouco tempo. Diante da falta de vontade política do governo em atender a pauta de reivindicações, a categoria defendeu o fortalecimento da greve.

Mobilização

Além da audiência pública com a reitoria, para debater a crise na universidade e a Pauta interna já protocolada, que ocorrerá no dia 02 de junho, às 14h, no Waly Salomão, em Jequié, a categoria promoverá aula pública no Foyer do Teatro Glauber Rocha, no campus de Vitória da Conquista, no dia 8 de junho, às 14h. Uma atividade cultural acontecerá no dia 12 de junho para aglutinar a categoria.

Os(as) docentes aprovaram intervenções na Assembleia Legislativa e Câmaras de Vereadores. O Movimento deliberou pela construção de uma moção de repúdio aos deputados estaduais e federais, que atuaram como professores ou alunos da Uesb, e votaram em favor da redução das verbas de manutenção, investimento e custeio para as Universidades e da redução de direitos trabalhistas já consolidados na CLT.

A construção de audiência pública das quatro Universidades Estaduais, exposição de charges referentes à pauta de reivindicações, ato público de rua e criação de um Grupo de Trabalho para estudar o orçamento do governo serão levadas para discussão no Fórum das ADs.

Fundo de solidariedade

Durante as greves, a Adusb tradicionalmente cria um fundo de solidariedade para professores(as) filiados(as) em caso de corte de salários. De acordo com os encaminhamentos da assembleia, a comissão de finanças do Comando de Greve adotará as seguintes medidas para construção do fundo: solicitará empréstimos a outras Associações Docentes, consultará colegas que possam emprestar recursos, negociará o repasse do pagamento com a UNIMED, utilizará parte dos recursos da Adusb para o fundo e fará um mapeamento, bem como contato com farmácias, supermercados e postos de gasolina para que aceitem cheques a serem pagos após a normalização dos salários.

Critérios para exercício das atividades docentes

Após discussão e avaliação das assembleias ocorridas nos dias 22 e 28 de maio, a categoria definiu os seguintes critérios para orientar os trabalhos da Comissão de Ética na análise da liberação ou não de atividades acadêmicas na UESB durante a greve:

1. Atividades administrativas de diretores(as) de Departamento e coordenadores(as) de Colegiado, desde que não sejam reuniões plenárias;

2. Atividades eventuais, de curta duração, pré-agendadas;

3. Atividades de manutenção de sobrevivência dos seres vivos e pesquisas cuja interrupção acarrete prejuízos irreversíveis;

4. Atividades de estágio supervisionado em andamento;

5. Disciplinas obrigatórias na pós-graduação stricto sensu, desde que seja devidamente justificada a urgência da sua manutenção.

É preciso lembrar que o “autorizo” da Comissão de Ética é concedido apenas ao professor(a) solicitante e não a setores da Universidade. A medida foi adotada para evitar o assédio à categoria. Os recursos das decisões devem ser encaminhados para a secretaria da Adusb.