O Plano Nacional de Educação (PNE) mercantiliza a educação no Brasil

O Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado e sancionado em 2014, é um claro exemplo da mercantilização da educação no Brasil. O plano que vigorará por dez anos destina grandes investimentos ao capital privado, em detrimento do desenvolvimento do setor público. Para combater essa realidade, o Andes-SN defende a implantação do PNE da sociedade brasileira e de comitês estaduais em defesa da educação pública. A Bahia já criou seu comitê que avança como espaço de organização da luta.

Em palestra promovida pela Adusb, no ano passado, o professor da UFRJ, Roberto Leher, avaliou que na disputa das políticas de educação existe uma coalisão dos setores dominantes. Em decorrência dessa intervenção, o Estado cede sem resistência ao empresariado e incorpora a agenda do capital. A constituição do PNE do governo é um reflexo disso. O fortalecimento de programas como o FIES e o PROUNI, que ampliam o número de vagas no ensino superior por meio de altos investimentos em instituições privadas, é um exemplo de tal política.

Pelo que lutamos

O Encontro Nacional da Educação (ENE), realizado em 2014, contou com a participação de cerca de duas mil pessoas entre movimentos populares, estudantes, trabalhadores da educação e representantes de entidades internacionais. Os presentes no Encontro deixaram clara a insatisfação com o modelo educacional implantado no país por meio do PNE e reivindicam o investimento de 10% do PIB já, de forma exclusiva para a educação pública. O evento trouxe uma nova perspectiva de organização da luta ao propor o fortalecimento do PNE da sociedade brasileira e a criação de comitês estaduais em defesa da educação pública.

Neste sentido, o Congresso do Andes-SN tem deliberações contrárias ao investimento público na educação privada e orienta todas as seções sindicais a combater as ações que concebem a educação como mercadoria. O sindicato nacional também entende que o PNE do governo não atende às demandas da sociedade.

Cartilha do Comitê Nacional em Defesa dos 10% do PIB para a educação pública já!

Comitê Baiano em Defesa da Educação

Por acreditar que a disputa por uma política educacional que vise a transformação da realidade não se dará pelas vias institucionais, como as conferências de educação, a Adusb e demais ADs estão empregando todos os esforços para construir o Comitê Baiano em Defesa da Educação Pública.

Após diversas reuniões com sindicatos e movimento sociais de todo o Estado, o Comitê foi instalado no dia 8 de abril desse ano. Na ocasião, um ato público foi promovido para defender mais investimentos na educação pública e cobrança do início da negociação com os(as) professores(as) e estudantes das Universidades Estaduais. Mais de 500 manifestantes estiveram presentes. O Comitê voltou a se reunir na quinta (15) para dar continuidade à mobilização no Estado e a construção de ações unificadas.