Caderneta digital: um ataque à autonomia departamental na Uesb

Em mais uma decisão arbitrária da administração da Uesb, a Pró-reitoria de Graduação (Prograd) decidiu, sem aprovação do Consepe, por implantar um novo modelo de caderneta digital. A Adusb acredita que o modelo imposto pela reitoria fere a autonomia departamental e transfere a responsabilidade de acompanhamento, bem como de controle das atividades docentes para a Prograd. Para além dessa questão, o sistema apresenta diversos problemas técnicos, dificultando e ampliando o trabalho docente.

O Departamento de História (DH) compartilha desse posicionamento e aprovou em plenária a não adesão à caderneta digital enquanto o sistema não for discutido nas instâncias devidas. Além disso, delibera pela reabertura das cadernetas que já foram fechadas e a manutenção delas dessa forma. Segundo o documento encaminhado pelo DH à reitoria, “os docentes deverão encaminhar para o Departamento o modelo de caderneta em seu formato tradicional (...) O DH encaminhará as cadernetas à SGC”.

Leia o documento do DH na íntegra.

De acordo com relatos de filiado(a)s, o Sagres sempre apresentou diversos problemas de funcionamento e no que se refere à caderneta digital não há mudanças. Em um momento crítico, como o final de semestre, o sistema já ficou fora do ar por 48h. Em relação ao próprio modelo imposto, atividades já realizadas pelos docentes, como a entrega do plano de curso das disciplinas, é novamente requisitado pela caderneta. O(A)s docentes que lecionam disciplinas com caráter prático e teórico deverão preencher duas cadernetas, precarizando ainda mais o trabalho da categoria.

A presidenta da Adusb, Márcia Lemos acredita que “o problema não é a caderneta digital, até porque ela já existe num formato mais simples, o problema consiste na implementação de mudanças na forma de gerir o trabalho docente sem discussão e aprovação das plenárias departamentais”. Em relação à forma como ocorreu todo processo de implantação, a presidenta considera “inadmissível que na Uesb os seus gestores adotem medidas sem discuti-las nas instancias democráticas e que ferem o estatuto da Universidade”.