Governo anuncia reajuste linear de 2014 com perdas para os trabalhadores

Docentes protestaram contra o acordo para o pagamento do reajuste linear feito em 2013 

O silêncio sobre o reajuste linear finalmente se encerrou. Infelizmente, com péssimas notícias para o funcionalismo público do Estado. O governo anunciou uma proposta de reajuste pior que a do ano passado. O percentual de 5,91% pago em duas parcelas, sendo a primeira de 2% retroativa a janeiro e a segunda de 3,84%, sobre o salário de dezembro de 2013, a ser paga em setembro. A Adusb considera a proposta um desrespeito aos servidore(a)s, pois além do reajuste não ter sido pago na data-base de 1º de janeiro, traz perdas aos trabalhadore(a)s.

Veja a denúncia do Fórum das ADs sobre o reajuste linear publicada no A tarde do dia 9 de março.

Após quase três meses de silêncio, de acordo com matéria publicada no Correio da Bahia na quinta (20), o projeto de lei que aprova o pagamento do reajuste linear sob as condições citadas já “deveria ter sido enviado ontem [19] à Assembleia Legislativa, mas precisou passar por revisões e o envio acabou atrasando”. Com esta postura, o governo do Estado dá continuidade a mais uma faceta da sua política de ataque aos servidore(a)s público(a)s: negociar direitos já constituídos, conferindo perdas aos trabalhadore(a)s.

A Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia (Fetrab) convocou uma paralisação do funcionalismo público para o dia 28 de março. A entidade reivindica o pagamento do reajuste linear superior que seja superior à inflação de 2013. Mesmo não fazendo parte da Fetrab e considerando o desfecho da negociação do ano passado, a diretoria da Adusb considera necessário que a categoria avalie a possibilidade de adesão à paralisação do dia 28. A ideia seria fortalecer a mobilização do(a)s servidore(a)s público(a)s contra os ataques do governo. Assim, a Adusb convoca o(a)s professore(a)s da Uesb a participarem da assembleia do dia 25 de março para discussão do tema.

As perdas de 2013

No ano passado, o Movimento Docente ao perceber a hesitação do governo ao realizar o pagamento do reajuste de 5,84%, tentou uma articulação com as demais categorias dos servidores públicos. O Fórum das ADs participou de manifestações e assembleias organizadas pela Fetrab deixando sempre claro que não aceitaria nenhum tipo de acordo que conferisse perdas aos trabalhadores.

Entretanto, mesmo com a mobilização do funcionalismo o governador encaminhou à ALBA, no dia 29 de abril, um projeto de lei que previa apenas 2,5% de reajuste. Após protestos, o acordo assinado por cerca de 18 entidades foi de 2% de janeiro a junho e a complementação para se chegar aos 5,84% a partir de julho. Desse modo, de janeiro a junho de 2013 os servidores tiveram 3,84% de perdas pela não recomposição integral da inflação do ano de 2012. O Fórum das ADs se manifestou publicamente contra o acordo e realizou um protesto no saguão da governadoria durante sua assinatura no dia 3 de maio.