15 de outubro: professores lutam pela Educação

De norte a sul, o Dia do Professor foi marcado pelas Seções Sindicais do ANDES-SN com atos públicos, debates, atividades culturais e festivas. O Sindicato Nacional reforçou as milhares de vozes que clamaram em todo o país, nesta terça-feira (15), em defesa da educação pública, pela valorização dos profissionais da educação e em solidariedade aos professores em greve.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro, entidades sindicais e de movimentos sociais fizeram protestos simultâneos, nos quais milhares marcharam em defesa da educação pública. Em São Paulo, a atividade se concentrou no Largo da Batata, às 16h. Estudantes da USP e da Unicamp fizeram passeata rumo ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, pela democratização das estruturas de poder nas universidades, exigindo eleições diretas para reitor e por uma estatuinte livre, democrática e soberana. O ato também manifestou solidariedade aos educadores do RJ, que se reuniram também pela tarde, na Candelária, centro. A manifestação unificada no Rio reuniu profissionais da educação, que além de defender a educação pública, gratuita e de qualidade, protestaram contra a ameaça de demissão de cerca de 400 educadores da rede estadual e pela reabertura das negociações entre os governos municipal e estadual e os professores grevistas.

Se no Rio os governos estadual e municipal não atendem às reivindicações dos professores e tenta intimidar o movimento com ameaças de demissões e forte repressão aos manifestantes pela polícia, em São Paulo o governo se vale da truculência e do autoritarismo para tentar conter a indignação de milhares de estudantes que estão mobilizados pela democratização das estruturas de poder nas universidades, exigindo eleições diretas para reitor.

 

Em apoio aos professores em greve no Rio, centenas de manifestantes participaram de um ato no início da noite desta terça (15) em Brasília (DF), na Rodoviária do Plano Piloto, e seguiram em direção ao Ministério da Educação (MEC). Na capital mineira, Belo Horizonte, centenas de manifestantes ocupam a Praça Sete, no centro da capital mineira, pedindo melhorias na carreira de professor.

Em Goiânia, depois de 20 dias de greve e uma semana de ocupação ao plenário da Câmara de Vereadores, os professores conseguiram ser recebidos pelo prefeito Paulo Garcia (PT) pela primeira vez desde o início da paralisação, no dia 25 de setembro. Em Cuiabá (MT), também houve manifestação em defesa da educação. Em greve há mais de dois meses, os professores da rede estadual organizaram um acampamento em frente à Assembleia Legislativa.

Em Curitiba (PR) e em Porto Alegre (RS), assim como em outras várias capitais brasileiras, a população também foi às ruas em apoio ao movimento dos professores e cobrando investimentos em educação pública.

Violência

Prisões, repressão, violência. Sob o argumento de ‘proteger’ os manifestantes e o patrimÿnio público, a polícia tem agido de forma cada vez mais truculenta para conter e coibir os atos realizados em todo o país. Mais de 200 pessoas foram detidas somente no Rio de Janeiro e 56 em São Paulo. Em Brasília, 10 manifestantes foram levados à delegacia.

Audiência pública discute Plano Nacional de Educação (PNE)

Nesta terça-feira (15), durante audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte, foram debatidos temas relacionados ao Projeto de Lei da Câmara (PLC) 103/2012, que estabelece um novo PNE para o decênio 2014-2023. Entre as questões colocadas na audiência, foi destacada a insuficiência de investimentos na educação para se alcançar as metas estabelecidas no Plano.

Além de reivindicar mais recursos da União para a educação básica, políticas permanentes de valorização e capacitação do professor, bem como a inclusão de alunos com deficiência na escola regular, também foram pautas que nortearam a discussão.

Além do relator da proposta, senador Alvaro Dias (PSDB-PR) e do presidente da Comissão, senador Cyro Miranda (PSDB-GO), participaram do debate sobre o PNE os senadores Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Ângela Portela (PT-RR), Ana Amélia (PP-RS), Inácio Arruda (PCdoB-CE), Ana Rita (PT-ES), Osvaldo Sobrinho (PTB-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

* Com informações da CSP- Conlutas, Sedufsm, Agência Senado, Adufrj, G1, BBC e Brasil de Fato.

Fonte: ANDES-SN