Evento sobre Diversidade Sexual do Andes-SN atrai mais de 150 participantes

Superando a expectativa dos organizadores, o I Seminário sobre Diversidade Sexual do ANDES-SN reuniu mais de 150 pessoas, na cidade do Crato (CE) no último final de semana (19 e 20/10). O evento foi organizado pelo GT de Etnia, Gênero e Classe (GTEGC) do Sindicato Nacional.

A Adusb-SSind participou ativamente da construção do evento através da contribuição dos membros do GTEGC do sindicato, que atuaram na comissão organizadora, coordenação de mesas e enriqueceram esse debate caro ao movimento docente.

Durante os dois dias de evento, os participantes, vindos de vários estados, debateram diversos pontos relacionados ao tema central, como acesso e permanência na educação, mercado de trabalho, saúde pública, formação continuada e enfrentamento da homofobia na educação formal.

Segundo Gean Santana, 2º vice-presidente do ANDES-SN e um dos organizadores do evento, a realização do seminário teve como principal objetivo dar visibilidade para questões como a exclusão social, novas configurações sociais e saúde pública da comunidade LGBT.

“Conseguimos fazer um debate qualificado sobre a temática, apontando para o GT vários elementos que permitirão elaborarmos o plano de luta no combate à homofobia para o próximo ano”, destaca Santana.

Além disso, de acordo com o diretor do ANDES-SN, o seminário reuniu representantes de Seções Sindicais que não vinham participando das atividades do GTEGC e conseguiu dialogar com os movimentos sociais da região, representantes do executivo municipal, defensoria pública do Estado do Ceará e movimento estudantil do Crato e Piauí.

Gean ressalta também que a importância deste evento vai desde a formação que ele possibilita aos participantes,com a troca de experiências, socialização entre os LGBT da base do Sindicato e entre esses e os não LGBT, à colher elementos para auxiliar na construção de um plano de lutas. Além disso, tornou-se mais uma ferramenta no combate à homofobia.

“Por que mais uma peça no combate à homofobia? Porque é um sindicato de docentes, com grande envergadura política, que está promovendo a discussão sobre o tema. E isso faz as pessoas refletirem que, se um Sindicato como o ANDES-SN está fazendo esse debate, é porque algo precisa modificado, precisa ser tirado da normalidade e posto em discussão por todos. Isso não é qualquer coisa. É como se tivéssemos mais um aliado de fato na luta contra à homofobia, o sexismo e o machismo”, avalia o 2º vice-presidente do ANDES-SN.

Debates

As discussões durante o seminário tiveram várias frentes.  Desde as questões jurídicas no combate à homofobia à ação política e formação de professores como elemento importante no combate a discriminação, através da utilização de vários recursos e dispositivos.

 A construção de uma estratégia que denuncie e desconstrua a ideologia machista, sexista e heteronormativa e a luta por uma política de estado no combate à homofobia também foram abordadas no evento.

 Próximos passos

A próxima reunião do GTEGC acontece nos dias 23 e 24 de novembro, em Brasília. Na oportunidade, serão avaliados os indicativos apontados pelo Seminário, para remeter a discussão à diretoria, com o objetivo de subsidiar o que será apresentado para discussão no Caderno de Textos do 32° Congresso Nacional do ANDES-SN, que acontece em fevereiro de 2013, no Rio de Janeiro.

 Moção de repúdio

Durante o Seminário os participantes aprovaram por aclamação uma moção de repúdio "à violência lesbofóbica que, no dia 16 de outubro do corrente ano, fez mais duas vítimas quando um homem de prenome Alan invadiu a residência de Daiane Almeida dos Santos, 22 anos, e Djenane Ferreira Lima, 19 anos, e as esfaqueou, deixando a primeira gravemente ferida e assassinando a segunda”.

 De acordo com o texto aprovado, esse é o 2° caso de violência lesbofóbica que vitimiza um casal de lésbica na região metropolitana de Salvador, em menos de 4 meses. No mês de agosto, o casal Laís Fernanda dos Santos, 25, e Maiara Dias de Jesus, 22, em Camaçari, foram barbaramente assassinadas por um homem que, segundo informações policiais, possivelmente seja o ex-namorado de uma das vítimas.

 Os participantes do encontro exigem o acompanhamento pela Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia e a punição de todos os criminosos envolvidos nos assassinatos das lésbicas, tanto em agosto, quanto em outubro. “Reivindicamos, ainda, uma política de Estado de combate à homofobia, lesbofobia, transfobia e travestifobia pelo governo Dilma, pelos governos estaduais e municipais”, finalizam.

A moção será encaminhada à Presidência da República, ao governo do estado da Bahia, à Secretaria de Segurança Pública da Bahia e entidades do movimento LGBT da Bahia. Leia na íntegra o documento.

 Fotos: Tony  Fotografias-Crato-CE

 Fonte: Andes-SN com edição