Alinhado à política do Governo Federal que efetuou corte de R$ 55 bilhões no Orçamento Geral da União, o governador Jaques Wagner, através do seu secretariado econômico, anunciou que na Bahia o corte será de R$783 milhões, representando 2,7% do orçamento de R$ 28.951 bilhões previstos para 2012. O motivo, mais uma vez, seria para conter os efeitos da crise capitalista que atinge todo o mundo e, consequentemente, também o Brasil. Este é o quarto ano que o governador utiliza desse artifício.
Por um lado, os cortes de recursos destinados ao serviço público representam uma medida antissocial, por outro, mais ataques aos trabalhadores, responsabilizados por pagar a conta da farra capitalista. De acordo com o governo, a medida ajudará a enfrentar o cenário da economia mundial em 2012, visto que os efeitos implicam diretamente na arrecadação de tributos estaduais. No entanto, na prática, a Bahia vem aumentando anualmente a arrecadação financeira e a economia baiana já é a sexta maior do país.
A medida do governo aponta para mais um ano de achatamento salarial e de ataques aos direitos dos servidores públicos, concretizada nos últimos anos pelas seguidas reedições do decreto 12.583/11, um dos motivos que levaram os docentes e discentes em todas as Universidades Estaduais a deflagrarem greve.
Para o presidente da Adusb-SSind, Alexandre Galvão, “a medida é um alerta para a categoria ficar atenta e mobilizada, pois, no plano salarial, apesar do acordo de incorporação da CET, os salários dos docentes das estaduais baianas continuam sendo os mais baixos dentre as Universidades Estaduais do Nordeste”, avalia.