Militares comemoram golpe de 1964 apesar de proibição de Dilma

Militares anunciam comemoração do golpe civil-militar de 31 de março de 1964. Desde o último ano, a presidenta Dilma Rousseff determinou o fim desta celebração nas Forças Armadas. O evento ocorre um mês após o lançamento de um manifesto interclubes militares, em que cobram da presidenta uma postura contra a Comissão da Verdade e a revogação da Lei da Anistia.

Chamado de “1964 – A Verdade”, o evento do Clube Militar, no Rio de Janeiro, será dia 29 de março e tem entre seus painelistas o general Luiz Eduardo Rocha Paiva. O militar já deu declarações contra a Comissão da Verdade, além de sugerir que Dilma Rousseff seja convocada a depor sobre atos da organização política de esquerda VAR-Palmares, da qual ela fazia parte na época da ditadura.

O manifesto lançado no dia 16 de fevereiro é assinado pelos presidentes dos Clubes Naval, Militar e de Aeronáutica. Nele, há críticas às ministras de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, ambas favoráveis à revogação da Lei da Anistia.

Tem previsão de ser reaberta esta semana a discussão sobre o alcance da Lei da Anistia no Supremo Tribunal Federal (STF). A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrou com recurso contra a decisão da Corte que, em 2010, confirmou a anistia aos que cometeram crimes políticos durante a ditadura.

Fonte: Brasil de Fato