Debates ocorridos na Coordenação Nacional da CSP-Conlutas

A reunião dedicou o sábado para o debate sobre a “Campanha pelos 10% do PIB para a Educação Pública Já!”, o I Congresso da CSP-Conlutas e o tema internacional. Intensas  discussões marcaram  esse segundo dia da Coordenação no Rio de Janeiro.

Os trabalhos iniciaram-se com o debate sobre a campanha pelos 10% do PIB para a Educação pública. A mesa foi composta pela representante da Anel, Clara Saraiva, pela presidente do Andes-SN Marina Barbosa Pinto, pela coordenadora do MTST Maria das Dores Cerqueira e pelo membro da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas Mauro Puerro.

A importância da participação de todos os setores nessa campanha, a formação dos comitês estaduais e a organização da coleta de votos para o plebiscito que se inicia em novembro, foram alguns dos temas centrais da discussão.

Estudantes levantam a bandeira pelos 10% do PIB – A representante da Anel, Clara, destacou a atuação dos estudantes nessa campanha. “Nas 30 universidades que ocupamos dentre outras grandes mobilizações na qual atuamos,a ANEL levantou a bandeira dos 10% do PIB para a Educação Pública já”, disse.

É preciso investir mais na Educação Pública - O dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Mauro Puerro, iniciou sua fala fazendo um panorama sobre a situação lamentável em que se encontra a Educação no país e por isso se faz necessário mais investimentos no setor.  O governo destina apenas 4% do PIB para a Educação enquanto que para o pagamento da dívida pública são destinados mais de 40% . “Retira-se da educação para dar para aos banqueiros”, enfatizou.

Mauro destacou que essa é uma campanha do conjunto da classe trabalhadora, que tem seus filhos na escola e devem zelar por uma educação pública e de qualidade.

Plebiscito é só o primeiro passo - A dirigente do Andes, Marina, falou que a campanha está ganhando corpo, houve avanços nos comitês e o tema foi posto na ordem do dia dos sindicatos. Porém, informou que ainda há muito que se avançar. “Temos o desafio do plebiscito que é preciso ser encarado como parte do processo, não o final dele. Nós achamos que é necessário o plebiscito e que este seja expressivo, mas isso é só parte de um processo  para discutir a Educação num contexto mais amplo e concreto”.

A integração dos movimentos populares na Campanha - Em sua fala, a integrante do MTST, Maria, salientou que essa luta não é somente dos professores e sim de todos nós. Além disso, destacou que a campanha pelos 10% do PIB para a Educação deve ser combinada com a campanha por creches dialogando com a sociedade.  “A educação no nosso país é precária, essa campanha tem que atingir toda a classe trabalhadora e principalmente as mulheres, com a reivindicação por mais creches”, reivindicou.

O debate foi aberto ao plenário para os informes da campanha nos estados. Além disso, foi discutido como potencializar a divulgação e a preparação para o plebiscito.

Organização da campanha- No final dessa ponto de discussão, Mauro,  disse que a reunião da Executiva da Campanha deve aprovar o plebiscito a ser iniciado no dia 6 de novembro com a coleta dos votos ocorrendo até o final desse respectivo mês.

Além disso, as demandas especificas de algum setor ou de alguma região, poderão ser colocadas como segunda pergunta na cédula de votação, a exemplo do estado do Pará que está em luta contra a Hidrelétrica de Belo Monte.

As propostas para os materiais do plebiscito, como a cédula e cartaz, já estão prontos e serão levados para aprovação na reunião da Executiva Nacional da Campanha que ocorre nesta segunda-feira (24) na sede do Sepe RJ.

Iº Congresso da CSP-Conlutas

O Congresso da CSP-Conlutas entrou na pauta do dia com informe do membro da Secretaria Executiva Nacional Sebastião Carlos, o Cacau. Foi ressaltado por ele a importância da atuação da central nas greves e mobilizações, seu crescimento e sua independência frente aos patrões e ao governo. “Nós somos uma central pequena que pensa grande. Queremos ir para esse Congresso e discutir sobre nosso papel e atuação nas lutas”, disse.

Cacau destacou também a importância da unidade com os movimentos popular, estudantil e os de luta contra a opressão, refletindo o caráter da Central que tem buscado atuar nesses segmentos e vem cumprindo seu papel.

A proposta apresentada sobre os eixos políticos do congresso é que o tema “Organização de Base” esteja presente em todos os debates que ocorrerão e que a questão da unidade sindical e popular se coloque com destaque.

O Congresso ocorrerá entre os dias 27 e 30 de abril de 2012 finalizando com um Ato Nacional da Central no dia 1º de Maio em comemoração ao Dia do Trabalhador. Dentre os temas da pauta a serem discutidos estarão: conjuntura nacional, balanço de atividades e estatutos.

Como preparação do debate sobre “Organização de Base” será realizado nos dias 26 e 27 de novembro de 2011 um seminário nacional da Central sobre o tema.

A discussão internacional terá destaque no dia 02 de maio. Nesta data será realizada uma reunião internacional com organizações sindicais de esquerda com as quais a CSP-Conlutas tem dialogado no último período

Debate – A discussão entre os participantes demonstrou um amplo consenso em relação aos eixos e demais questões políticas que envolvem o congresso. Foi apresentada uma primeira previsão de gastos para a sua realização. Há uma expectativa de presença de aproximadamente 2.500 delegados e isso coloca a perspectiva de uma taxa de inscrição que vai exigir um grande esforço de arrecadação financeira de todos.

Em algumas falas foram salientaram a preocupação com relação às taxas do Congresso. Foi levando pelos presentes quais formas de viabilizar que os movimentos populares, oposições e sindicatos, com menos recursos financeiros, enviem suas delegações.

A ação conjunta entre a Central, suas entidades e movimentos filiados para buscar uma solução à questão financeira foi apontada como caminho para se chegar solução desse problema.

Além disso, o orçamento apresentado ainda é inicial e portanto não será aprovada nesta reunião o valor final das taxas. Entretanto, foi destacado que é necessário que sejam feitas, desde já, iniciativas de arrecadação e reserva financeira por parte todas as entidades e movimentos filiados.

Assim como os demais pontos da Coordenação, uma resolução sobre este tema também será votado neste domingo.

Informe internacional

O ponto internacional foi apresentado por Dirceu Travesso, o Didi, que destacou a política correta da Central em estreitar relações com organizações internacionais.  “Estamos estabelecendo parcerias com organizações como o Solidaires na França, fomos ao Congresso dessa entidade e lá lançamos a idéia de construir a reunião internacional aqui no Brasil”, disse.

Didi falou também sobre os três principais eixos em que a Central deve atuar na questão internacional: a retirada das tropas do Haiti, solidariedade luta dos palestinos e a crise econômica mundial.

A participação no Encontro que será realizado entre os dias 18 e 21 de novembro na Republica Dominicana em solidariedade ao Haiti e a edição de um boletim internacional  que divulgue as principais lutas no mundo, são algumas iniciativas apontadas para o momento.

Também haverá uma resolução sobre o tema.

 

Fonte: CSP-Conlutas