Seminário debateu Autonomia Universitária

Diante do prenúncio de um novo PL do governo Wagner que poderá ferir ainda mais a autonomia universitária das UEBA, o Fórum das 12 promoveu na última sexta-feira (30/09) o “Seminário sobre Autonomia Universitária”, aberto a toda comunidade acadêmica, onde foi ressaltada a importância de se discutir o tema para que os professores, técnico-administrativos e estudantes possam se preparar para o enfrentamento com o governo.

O debate contou com a participação de professores e estudantes das UEBA e com as explanações dos palestrantes Paulo Cesar Centoducatte da Adunicamp (São Paulo) e José Cristóvão de Andrade da Aduepb (Paraíba), além de ter sido transmitido por videoconferência e web-conferência. Na ocasião os palestrantes historicizaram e exemplificaram suas experiências referentes à conquista da autonomia em suas respectivas Universidades.

Para o palestrante José Cristóvão as melhores experiências de autonomia financeira e de democracia interna na Universidade brasileira, na America Latina e no mundo foram conquistadas pelo Movimento das três categorias (professores, técnicos e estudantes). “Todas as conquistas até aqui adquiridas foram resultados da luta social e face às grandes investidas dos modelos privatizados. Vejo a necessidade desse debate voltar com mais força para o interior da universidade para que a gente possa garantir um futuro melhor e de conquistas para o ensino público e gratuito”, disse o professor de sociologia e presidente da Aduepb.

Seguindo a mesma linha de pensamento, o palestrante Paulo Cesar Centoducatte salientou a importância da participação da comunidade para lutar pela autonomia universitária e os benefícios que ela traz para a Universidade. “A autonomia é um instrumento valioso para o desenvolvimento da Universidade e para solidificar a relação com a sociedade”.
Os professores convidados ainda relataram os frutos obtidos com a conquista da autonomia universitária. Na Uepb, foi criado um fórum sobre orçamento que expõe ao público e a cada dois anos ocorre uma revisão do orçamento. Na Unicamp, os orçamentos são aprovados no Conselho Universitário (Consu), o Reitor não decide sozinho e a Universidade tem financiamento próprio de pesquisa, não apenas de instituições de fomento à pesquisa.

Segundo o coordenador do Fórum das ADs, professor Carlos Vitório de Oliveira, o processo agora é aprofundar o debate com os três segmentos da comunidade universitária, para que o governador da Bahia não cometa nenhuma investida de restringir direitos fundamentais. “O financiamento é um princípio fundamental para garantir a vida autônoma da Universidade, e esta deve estar a serviço incondicionalmente do interesse público”, afirma o coordenador. 

Fonte:
Ascom Adusc e Fórum das ADs