Universitários baianos completam dois meses sem aulas

Cinco mil professores estão em greve e pedem a incorporação de uma gratificação que reajustaria o salário-base em até 18%. A Justiça considerou a greve na Uneb ilegal, mas, até agora, os professores não voltaram ao trabalho

Sessenta mil estudantes das universidades estaduais da Bahia estão sem aulas há quase dois meses por causa da greve de professores.

As salas de aula estão vazias desde o início de abril nas quatro universidades estaduais baianas. São cinco mil professores em greve. Eles querem a incorporação de uma gratificação que reajustaria o salário-base em até 18% nos próximos quatro anos.

O governo concorda, mas com a condição de que, nesse período, a categoria não volte a pedir ganho real de salário. “O que o governo pede, em contrapartida, já que está dando ganhos reais, é o estabelecimento de que não haverá mais outro tipo de reivindicação”, afirma o secretário de Administração da Bahia, Manoel Vitório.

“O governo do estado quer congelar os salários por quatro anos, nesse período da vidência do acordo da campanha salarial de 2010. Nós, docentes, não aceitamos o congelamento por esse tempo todo de quatro anos”, diz o professor Jucelho Cruz.

Desde terça-feira, um grupo de professores está acampado na Assembleia Legislativa da Bahia. Eles temem que as universidades sejam afetadas pelo corte de R$ 1 bilhão no orçamento estadual este ano.

No início da semana, a Justiça considerou ilegal a greve na Uneb, a maior das universidades estaduais, com quase 30 mil alunos. Mas, até agora, os professores não voltaram ao trabalho.

Enquanto o impasse continua, 60 mil estudantes aguardam, sem qualquer previsão, pelo retorno das aulas. “Os professores têm todos os direitos de ir buscar condições favoráveis de trabalho. Mas o principal prejudicado é o aluno”, diz uma aluna.

Fonte: JN - Rede Globo