Greve em universidades estaduais na Bahia dura mais de um mês

Pelo menos 60 mil alunos estão sem aulas devido à greve dos professores em todas as universidades estaduais da Bahia, segundo a Secretaria Estadual de Educação. A paralisação, que conta com a adesão de 5.000 professores no Estado, já dura mais de 30 dias.

Estão sem aulas a Uefs (Universidade Estadual de Feira de Santana), a Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz), a Uesb (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) e a Uneb (Universidade do Estado da Bahia). A paralisação começou no dia 5 de abril. A Uneb foi a última a entrar em greve, no dia 26 de abril.

Os professores pedem a retirada de uma cláusula do acordo salarial que congela os salários por quatro anos, além da revogação do decreto 12.583, de fevereiro de 2011, que prevê o contingenciamento de verbas das universidades.

Segundo a Aduneb (Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia), o decreto elimina pontos fundamentais para o trabalho dos professores, como o regime de dedicação exclusiva e o afastamento para cursos de aperfeiçoamento como doutorado e outros.

MENORES SALÁRIOS

A professora do Departamento de Educação da Uneb Maria do Socorro Ferreira diz que os professores da Bahia recebem o segundo menor salário do Nordeste, ficando atrás apenas do Maranhão. Segundo ela, o salário-base de um professor-auxiliar, que tem como requisito apenas a especialização, é de R$ 736 por 20 horas semanais. Já o de um professor-adjunto, com doutorado, é de R$ 1.004,63.

Para Ferreira, a responsabilidade pela greve é do governo, e não dos professores. 'Nós entendemos que os alunos e os professores saem prejudicados. Mas o governo é que é o responsável. O governo se dispõe a dialogar, mas não muda a proposta', afirma.

Na Uefs, os professores não receberam salário no último mês devido à greve, de acordo com a Adufs (Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana).

A Secretaria Estadual da Educação diz que já ofereceu uma proposta de 4% de reajuste salarial ao ano para os professores, que deveria ser somado ao reajuste dos servidores, mas ela não foi aceita. Em reunião na tarde desta segunda-feira (23), os professores apresentaram uma contraproposta. A secretaria diz que deve analisar o pedido até a próxima quarta-feira.

Ainda segundo o governo, os salários foram cortados porque os professores não foram trabalhar.

Fonte: Folha Online