Greve é mantida

Mesmo diante da prática truculenta do governo de cortar os salários com apenas 21 dias paralisados, a Assembleia Geral dos professores, ocorrida nesta segunda, 02, aprovou com 105 votos favoráveis e 03 contrários a manutenção da greve por tempo indeterminado. A reunião, no entanto, foi suspensa após quase seis horas de discussões e os pontos ainda sem votação serão deliberados no próximo encontro já previsto para a semana que vem, uma vez que as assembleias serão realizadas semanalmente conforme deliberado.

Os professores consideraram o corte ilegítimo por impedir a manifestação da expressão e da organização, além de ser uma afronta por parte do governo ao desconsiderar a decisão da categoria de continuar desenvolvendo as atividades essenciais como funcionamento de postos de saúde, estágios supervisionados e cursos de Mestrado e Doutorado, mantendo a Universidade em pleno funcionamento. Durante as falas, muitos professores recordaram que jamais este fato foi registrado na história das greves ocorridas nas Universidades baianas e rechaçaram completamente a nova proposta de redação para a cláusula restritiva ao acordo da campanha salarial 2010.

Frente à iniciativa, a assembleia propôs uma contra-ofensiva ao governo para forçar a abertura de negociações reais e demonstrar ao governo que a greve é um instrumento de luta legítimo da classe trabalhadora. Com isso, foi aprovado um processo mais radical com ocupações, ações em praças públicas e o bloqueio de rodovias (Leia as propostas abaixo).

A inoperância e a omissão da Reitoria frente ao movimento também foram questionadas pela assembleia. A categoria quer que o reitor, Paulo Roberto dos Santos, se posicione publicamente sobre o corte de salários já que até o momento não deu nenhuma prova material de apoio ao movimento e negou a apresentação de uma declaração solicitada pelo Comando de Greve sobre o corte de salários ocorrido em 2007. Também foi decidida uma ação de constrangimento público demonstrando as inverdades e as contradições envolvendo Governo do Estado e Reitoria, uma vez que existe um verdadeiro jogo de empurra-empurra de responsabilidades.

Ações deliberadas

Apesar de não ter sido finalizado, o encontro desta segunda apontou diversas ações para serem desencadeados nos próximos dias, além de manter a decisão tomada na Assembleia Geral ocorrida em Itapetinga no dia 18 de abril, permitindo as aulas nos cursos de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado). Na próxima segunda, 09 de maio, um novo Ato será promovido em Salvador visando chamar a atenção da imprensa e da população da capital para a crise nas Universidades.

No que diz respeito às finanças, foi aprovada uma campanha de arrecadação do fundo para financiar as ações programadas, bem como buscar apoio financeiro de outras associações, entidades e do Andes-SN e elaborar estratégias de solidariedade aos professores com maiores dificuldades.

Propostas aprovadas

  • Realizar um Fórum de Debate sobre a falência da educação pública no Brasil e na Bahia, 10 de maio, 14horas, Dom Climério;
  • Participar da manifestação organizada pelos professores de Vitória da Conquista em frente à Prefeitura Municipal no dia 03 de maio, às 14 horas.
  • Participar da Assembleia de sindicatos (Simmp, Sindap, Sindsaúde), na Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista no dia 09 de maio, às 14h.
  • Responder a Nota do Governo em jornal de circulação garantida em todo o estado.
  • Insistir na Audiência Pública, formando um grupo para levar o convite ao reitor, e exigir a presença do reitor e não do vice.
  • Cobrar um posicionamento dos convidados em relação à ausência na Audiência Pública.
  • Ocupar a Reitoria e sair somente quando forem apresentados as contas, o orçamento e a dotação orçamentária da Universidade.
  • Ocupar o sistema de TV e Rádio da UESB, principalmente para esclarecer porque estamos em greve e manter a greve.
  • Fortalecer a luta com professores da Educação Básica e radicalizar na rua.
  • Promover uma reunião com diretores e coordenadores de Colegiados para esclarecer sobre os encaminhamentos da greve.
  • Solicitar esclarecimento ao Secretário de Educação, Oswaldo Barreto, sobre a questão dos recursos financeiros da UESB.