Universidades estaduais da Bahia entram em greve

Professores e funcionários são contra corte no orçamento anunciado pelo governo


Professores de três das quatro universidades estaduais da Bahia entraram em greve nos últimos dias em protesto contra medidas do governo Jaques Wagner (PT) para o ensino superior. A paralisação afeta cerca de 25 mil estudantes de graduação e pós-graduação.

Na Uefs (Universidade Estadual de Feira de Santana), os 950 docentes iniciaram greve nesta segunda-feira (11), seguindo movimento iniciado na semana passada pelos 765 docentes da Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz) e pelos 950 da Uesb (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia).

O eixo das reivindicações nas três universidades é o mesmo: os professores discordam da proposta de reajuste do governo, que busca congelar negociações até 2014, e criticam medidas de contenção de despesas impostas pela administração estadual.

Em fevereiro, a gestão Wagner anunciou um corte de R$ 1 bilhão no Orçamento de 2011. Justificou a medida pela previsão de menor crescimento do País e pela queda na arrecadação estadual.

Os professores afirmam que medidas tomadas para viabilizar o corte prejudicam o funcionamento das universidades. Entre elas estão o impedimento de contratação de docentes para substituição de colegas afastados para cursos de pós-graduação e o veto a revisão de planos de cargos e salários.

“Desde 2009, por conta da crise econômica mundial, o governo [estadual] vem utilizando essa política de contingenciamento nas universidades. Agora a crise passou, mas o governo reeditou o decreto”, afirmou José Valter Alves da Silva, presidente do sindicato dos professores da Uesc. Os funcionários da universidade, com sede em Ilhéus (sul), também deflagraram greve.

Nas três universidades em greve, também há mobilização de estudantes em apoio à paralisação dos professores. Na Uesb, que possui sedes em Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga, alunos protestaram na semana passada por melhores condições de ensino.

Outro lado

A Secretaria da Educação da Bahia nega que o corte de gastos do governo esteja afetando as universidades estaduais. Em nota, informou que o controle de gastos com custeio é “idêntico ao adotado em 2009, que já vinha sendo efetuado pelas universidades sem que houvesse prejuízo para suas atividades”.

Como medidas recentes para o ensino superior, o governo citou a incorporação aos salários de 4.440 professores de gratificação de 27%, nomeação de 401 novos docentes em 2010, aumento de 87% no orçamento das estaduais desde 2006 e crescimento nas matrículas de graduação (15%) e de pós-graduação (25%) no mesmo período.

Fonte: IG