Paralisação arranca reunião com governo

A primeira paralisação realizada pelo Movimento Docente neste ano, durante esta quarta, 30, denunciou para a sociedade baiana, imprensa e deputados estaduais as práticas da política educacional do governo de Jaques Wagner, especialmente com a instituição do Decreto 12.583/11. A manifestação ganhou um tom carnavalesco com a participação de uma bandinha de sopro e bonecões que se juntaram ao grupo de poetas, estudantes e professores.

O ato foi iniciado às 10h em frente à governadoria, no Centro Administrativo da Bahia, e contou com a participação de membros da Comunidade Acadêmica da UESB, UESC, UEFS e UNEB, além de representantes do ANDES-SN e CSP-Conlutas. Já no turno vespertino, a manifestação aconteceu na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), no entanto, o plenário da Casa estava praticamente vazio, apesar de o painel eletrônico indicar a ausência de apenas quatro deputados.

Governo promete abrir negociação

Com a manifestação ocorrida na parte da manhã, os professores e estudantes conseguiram arrancar uma reunião com o Secretário de Relações Institucionais, Paulo Cézar Lisboa, e o Coordenador de Desenvolvimento de Ensino Superior (CODES), Clovis Caribé, para discutir as bandeiras reivindicadas neste momento. O resultado da conversa, no entanto, apesar da promessa da abertura da negociação, não impressionou as categorias ao não apontar soluções reais.

O coordenador Clovis Caribe informou que entrará em contato com os secretários da Fazenda, Administração e Educação na tentativa de reabrir as negociações dentro da Mesa Setorial na expectativa da retirada da cláusula. Os professores foram informados que a proposta de incorporação da gratificação das Condições Especiais de Trabalho (CET) está mantida em quatro anos. Sobre o Decreto 12.583/11, ficou decidido que o governo promoverá uma reunião conjunta, em um curto espaço de tempo, com a participação dos Fóruns de Reitores e das Entidades (DCEs, ADs e Técnicos-Administrativos). A expectativa é que a sugestão apresentada pela Audiência Pública ocorrida no último dia 23 de março na AL-BA se confirme e as universidades sejam “poupadas” das medidas estabelecidas.

Professores da UESB na manifestação em frente à AL-BA.

Piada de salão

A tentativa de conversar com os deputados foi frustrada com o esvaziamento do plenário da casa e apenas os deputados da oposição Leur Lomanto Júnior (PMDB), Luciano Simões (PMDB) e Bruno Reis (PRP) se prontificaram a ouvir os professores e alunos. Mesmo assim, o grupo assistiu à sessão e ouviu os dois se pronunciarem. A manifestação iniciada na entrada principal da AL-BA foi finalizada com a retirada em bloco do grupo sob o canto parodiado da antiga marcinha “É ou não, piada de salão: tem dinheiro para Copa, mas não tem para Educação?”.  

Mobilização continua

As mobilizações que vêm ocorrendo nas Universidades baianas, principalmente na UESB, serão mantidas. Os estudantes dos três campi que participaram da atividade fizeram uma avaliação juntamente com o Fórum das ADs e já agendaram um Conselho de Entidades de Base (CEB) para a próxima terça, 05, no campus de Jequié. A intenção é traçar os rumos conjuntamente com o Movimento Docente que no mesmo dia realiza uma Assembleia Geral para discutir essa paralisação, as respostas do governo e possibilidade de deflagração da greve.

Fonte: Ascom ADUSB-SSind