Funcionário estadual terá aumento de 5,93%

O governador Jaques Wagner (PT) disse, ontem, que o contingenciamento que fará no orçamento de 2011, estimado em R$ 26,6 bilhões, não comprometerá o salário do funcionalismo, que deverá ter um reajuste linear de 5,93%. O índice corresponde à inflação acumulada no ano passado e será proposto na mensagem a ser encaminhada à Assembleia Legislativa, com data retroativa a janeiro.

Apesar de ter começado o seu segundo governo “apertado”, o governador disse que não pretende cortar custeio.

“A gente procura fazer custeio bom, que é o pagamento de médico, enfermeira, remédio...

Para dar o reajuste linear integral dainflação tenho que fazer um belo esforço,porém, entendoq ue o funcionalismo merece, porque o salário, na verdade, não está crescendo; estamos repondo perdas”.

A declaração de Wagner ocorreu ontemà noite, após a solenidade de abertura das comemorações pelos 200 anos da Associação Comercial da Bahia, onde fez palestra sobre o “Novo ciclo de desenvolvimento da Bahia”.

O governador fez uma viagem na história da economia baiana desde a chegada de D.João VI ao Brasil até os dias atuais, para chamar o empresariado à reflexão. “Minha presença aqui não é litúrgica, é convocatória”, disse o governador, lembrando que muitas das dificuldades do passado, que persistem nos dias de hoje, só serão superadas numa parceria entre os setores público e privado.

“Temos que crescer, mas crescer repartindo”, defendeu.

Na plateia empresários da indústria, do comércio, da agricultura e políticos. A TARDE esteve representada pelo diretor-executivo, jornalista Ranulpho Bocayuva.

Apesar de se mostrar otimista com o desenvolvimento da economia baiana, Jaques Wagner disse que está preocupado com o corte que o governo federal fará no orçamento, visando combater a inflação e o juro elevado.

Preocupação que foi levada à presidente Dilma Rousseff, no encontro que tiveram na última quinta-feira. Wagner disse que defenderá “com unhas e dentes os interesses da Bahia” e não acredita que haja corte na área da Saúde.

Ele lembrou que o orçamento para custeio do setor já tem um déficit de R$ 20 bilhões.

“Ela pode cortar em outras áreas de investimento, mas há controvérsia se cortaria em obras do PAC ou não”, disse o petista, que prefere aguardar a definição dos cortes a serem anunciados pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

Ao mesmo tempo em que se prepara para eventual redução dos investimentos federais na Bahia, Wagner também prevê contingenciamentos em alguns projetos previstos no seu programa de governo.

Adiantou que não começará nenhuma obra nova, a não ser que seja emergencial, antes de o Estado pagar a quem está devendo. Ele estima a dívida entre R$ 550 milhões e R$ 600 milhões.

O governador disse, porém, que os cortes para adequar o orçamento não necessariamente serão em obras, podendo ocorrer, eventualmente, na parte financeira, nas reservas destinadas a recepcionar convênios de parceria nacional ou internacional.

Indagado onde os investimentos seriam limitados, disse que aguarda análise da Fazenda e do Planejamento.

Fonte: Jornal A Tarde Online