No intuito de analisar as ações do governo em relação ao ensino superior baiano, representantes do Movimento Docentes - MD (da Aduneb, Adusb e Adufs) estiveram presentes nesta segunda, 06/12, no evento promovido pela Secretaria do Planejamento (Seplan).
Realizado no Hotel Sol Bahia Atlântico, em Salvador, o evento contou com a participação de secretários estaduais e dirigentes de órgãos públicos, estudantes, reitores, professores e técnicos do ensino superior na Bahia.
Com o propósito de assinar um Termo de Cooperação entre o MEC e SEC e debater paradigmas da educação superior pública na Bahia, o encontro gerou vários questionamentos por parte da plenária, uma vez que o próprio termo assinado sequer foi apresentado.
Além disso, o governo, na fala do atual secretário de educação, Oswaldo Barreto, entende que esse termo tem o objetivo de avaliar o desempenho das Universidades. Tal afirmação, entretanto, não encontra ressonância entre membros da própria Comissão Estadual de Estudos para Avaliação da Educação Superior (CEAES). “É preciso ter a noção de que o processo de autoavaliação institucional não deve estar a serviço de uma analise de desempenho, mas, deve prestar-se a uma confecção de um diagnóstico institucional que revele tanto as conquistas quanto as dificuldades institucionais e as causas geradoras das mesmas”, analisa uma das representantes do CEAES e professora da UEFS, Caroline Vasconcelos Ribeiro.
Docentes e Discentes exigem respeito
Na ocasião os representantes do MD distribuíram uma Carta à Comunidade elaborada pelo Fórum das Entidades (professores, técnico-administrativo e alunos) denunciando o descaso do governo Wagner e contradizendo sua intenção de priorizar o ensino superior. “Ao invés de valorizar as Universidades Estaduais da Bahia, o governo ataca sistematicamente a autonomia universitária, garantida na Constituição, e os direitos dos docentes, garantidos no Estatuto do Magistério Superior.
Além disso, desrespeita os direitos dos Técnicos Universitários e não faz avançar a pauta do movimento estudantil”, trecho da Carta à Comunidade. Na seqüência, o coordenador do Fórum das ADs e diretor da Adufs, Gean Santana questionou o governo sobre o termo assinado, no intuito de saber qual o favorecimento do referido para a solução dos diversos problemas enfrentados pelas UEBA e ressaltou: “Os professores das Universidades Estaduais Baianas recebem um dos piores salários do nordeste”.
Também inconformados com o descaso do governo, estudantes de universidades estaduais aproveitaram a realização do evento para reivindicar a criação de um programa de assistência estudantil com rubrica orçamentária própria, tendo como foco a ampliação da autonomia e democracia interna. “A gente entende que é necessário a criação de uma rubrica especifica orçamentária para a assistência estudantil. Estamos com um abaixo-assinado ultrapassando as cinco mil assinaturas. Esperamos que algo seja feito de imediato para que os vários problemas enfrentados no seio das Universidades sejam sanados”, diz o presidente do DCE da UESC, Thiago Fernandes.
Fonte: Ascom Fórum ADs