Especial: Medidas tentam dar viés de legalidade às relações com fundações

Ao invés de dar um basta na relação perniciosa das fundações privadas ditas de apoio com as universidades, o chamado “pacote da autonomia” procura dar um viés de legalidade à atuação dessas entidades que têm sido fonte inesgotável de corrupção da esfera pública.
“A MP 435 é um ato de negação da autonomia universitária, pois em grande parte trata de tentar legalizar as relações das  Ifes com suas fundações privadas “ditas” de apoio, propiciando levar ao campo privado muitas das ações que deveriam ser efetivadas no campo público”, afirma o 2º vice-presidente da Regional Sul do ANDES-SN, Cláudio Antônio Tonegutti, outro membro da coordenação do GTPE.
A 1º vice-presidente da Regional Sul, Bartira C. Silveira Grandi, também da coordenação do GTPE, acrescenta que o Decreto 7233 se apresenta como uma reação do governo ao Acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) de nº 2731/2008, com vistas a sanar várias irregularidades existentes nas relações entre as Ifes e tais fundações, cujo desvio do fundo público ficou escancarado por escândalos recentes.
Entretanto, ela alerta para as verdadeiras implicações do conjunto de medidas. “Um olhar mais atento permite compreender melhor a sinalização clara de abertura da educação ao mercado, ao capital internacional; bem como a manutenção e o aprofundamento de formas de terceirização do servidor público, de contratação de estudantes como mão de obra barata para as mais diversas funções. Situação essa agravada pelo fato de as fundações privadas continuarem podendo contratar pessoal para os Hospitais Universitários (HU)”, denuncia.

Fonte: Andes-SN