História do ANDES-SN foi lembrada no 40° Encontro da Regional Nordeste III

Nos dias 20 e 21 deste mês, aconteceu o 40° Encontro da Regional Nordeste III que contou com a presença de professores da UNEB, UEFS, UESB, UCSAL, UFS e UFRB. O evento foi na Universidade Federal do Recôncavo, no campus de Cruz das Almas. Na mesa de abertura intitulada “Em defesa do ANDES SN e da valorização do trabalho docente”, o professor convidado Márcio Antônio de Oliveira, secretário geral do ANDES-SN, historicizou os quase 30 anos de existência do sindicato nacional. No relato, localizou a sua fundação em 1981, período de redemocratização do país, e as importantes intervenções do sindicato nas políticas de Estado para Educação, como a participação na elaboração da LDB (Lei de Diretrizes e Bases) e na construção do Plano Nacional da Educação. Segundo Márcio Antônio, o ANDES-SN, que reúne mais de 70 mil professores sindicalizados e 112 seções sindicais, ao longo da sua história, tornou-se um importante instrumento para a sociedade brasileira. O diretor ressaltou ainda o princípio classista do sindicato e a preocupação em travar não apenas as lutas salariais, mas também por melhores condições de trabalho e por uma educação articulada com a sociedade.

Na segunda mesa, “Concepção de Universidade e precarização do trabalho docente”, o palestrante convidado foi o professor Eduardo Pinto e Silva, que atua na linha de pesquisa sobre Educação e Trabalho na Universidade Federal de São Carlos. Na sua apresentação, o professor localizou as consequências do avanço do neoliberalismo para Educação e o trabalho docente. Argumentou que as universidades sempre foram uma reprodução da sociedade e da economia, e a consolidação do neoliberalismo no Brasil tem promovido mudanças significativas na concepção da universidade e no trabalho dos educadores. Segundo ele, a lógica profissionalizante e instrumental de ensino tem se intensificado e a precarização do trabalho é uma consequência dessa reconfiguração da universidade. O ensino superior estaria cada vez mais voltado para as necessidades do mercado, marginalizando o pólo crítico que historicamente caracterizou a universidade, enquanto lugar de formação humana e intelectual. Nesta lógica, segundo Silva, o trabalho do professor estaria passando por um processo de “intensificação” e “extensificação”, submetido a uma carga de trabalho bem mais extenuante. Intensificação, no sentido de um trabalho voltado para uma perspectiva produtivista, e extensificação entendido como ampliação do trabalho cotidiano do professor, por exemplo, ao assumir tarefas administrativas diante da defasagem do quadro técnico.

Para a diretoria da ADUNEB, o encontro foi um importante espaço de formação política do movimento docente baiano.

Fonte: ADUNEB