Trabalhadores da USP entram em greve

Os trabalhadores da Universidade de São Paulo (USP) organizados pelo sindicato da categoria, Sintusp, entram em greve a partir desta quarta-feira (5). A categoria reclama de salários atrasados, assédio moral, além péssimas condições de trabalho.
Diante do anuncio da greve, no final da tarde de ontem (4), os trabalhadores da USP foram surpreendidos por mais uma atitude arbitrária e violenta do reitor João Grandino Rodas, auto intitulado o “reitor do diálogo”.
Em comunicado emitido pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), Rodas anunciou que haverá corte de ponto dos dias parados e multa ao sindicato de R$ 1.000,00 (um mil reais) ao dia por bloqueios e piquetes. Uma medida extrema, tomada um dia antes da greve da categoria, que demonstra sua grande preocupação frente a um movimento que se consolida dia após dia na luta pelas suas reivindicações.
Desde que assumiu a reitoria, Rodas quer aplicar os projetos elitistas que a ex- reitora Suely Vilela e o governador José Serra não conseguiram nos últimos anos. As medidas tomadas na antiga reitoria, para voltar a ser sede da Administração Geral da USP, com remanejamento de funcionários para fora do campus e fechamento de seções, é uma primeira tentativa de Rodas.
Na “universidade do diálogo”, Rodas até agora não apresentou nada de concreto sobre  as reivinidcações da categoria, mesmo tendo feito com o Sintusp diversas reuniões desde dezembro do ano passado.
* Os trabalhadores terceirizados continuam sem receber salários e direitos (atrasados há mais de 5 meses).
* Estudantes são espancadas pela guarda de Ronaldo Penna e nada é feito.
* Nos restaurantes Coseas, os trabalhadores são submetidos a condições de trabalho cada vez piores e nenhuma providencia real é tomada.
* O assédio moral se perpetua sob as barbas de Rodas por diversas unidades, inclusive na Escola de Aplicação.
* Assinou convênio com o governo do Estado para a implementação da Univesp às costas da comunidade universitária e sequer compareceu a audiência pública chamada pelos estudantes no ultimo dia 29.
De concreto, a única medida tomada foi o absurdo aumento salarial diferenciado aos professores (implementado desde fevereiro), reforçando a discriminação com os trabalhadores e quebrando a isonomia salarial conquistada na década de 90.
Para aqueles que ainda mantinham a ilusão de que seria possível avançar para uma universidade mais democrática através do diálogo com Rodas, chegou o momento! A  resposta a altura dos ataques é a paralisação para desmascarar definitivamente o interventor de Serra e seus planos privatistas para a educação pública.
Comando de greve convoca todos os trabalhadores da USP
O Comando de Greve dos Funcionários da USP conclama todos trabalhadores a não recuarem frente a qualquer ameaça vinda do interventor, João Grandino Rodas, agente do governador Serra e candidato a presidência.
Ao ameaçar os trabalhadores afirmando que: “não haverá pagamento dos dias não
trabalhados”, o interventor está tentando coagir  a categoria  para que esta não exerça o seu direito constitucional de greve.
Em última instância, essa ameaça é uma violação inequívoca do direito de greve.
A resposta a essa tentativa de suprimir o direito de greve, só pode ser o fechamento de todos os locais de trabalho, onde os trabalhadores sofram ameaças ou constrangimentos.
Às 15h30 haverá uma reunião do Comando de Greve, no Sintusp, para deliberação dos rumos da greve.


Com informações do Boletim nº 30 – do Sindicato dos Trabalhadores da USP SP05/05/2010