Movimento Docente faz nova paralisação

Professores das Universidades Estaduais da Bahia (UEBA) paralisaram as atividades nesta quarta, 28, e realizaram um Ato Público em frente à governadoria, em Salvador, com o intuito de chamar a atenção do governo para a Pauta Salarial da categoria, protocolada desde novembro do ano passado, bem como os constantes ataques à autonomia das UEBA. A manifestação foi endossada com a participação de setores do Movimento Estudantil e o Fórum dos Servidores técnicos que cobraram melhores condições de trabalho e assistência estudantil.

 

No entanto, a recepção não foi das melhores e mais uma vez o governo demonstrou a forma como recebe a Comunidade Acadêmica montando um forte aparato militar e de seguranças na porta da governadoria para “recepcionar” o movimento. Além disso, o carro de som foi impedido de parar próximo à concentração, evitando que as falas dos manifestantes repercutissem com uma dimensão maior pelo Centro Administrativo da Bahia (CAB). Apesar da tentativa de impedimento, os discursos aconteceram de forma improvisada (sem a ajuda de nenhum recurso) e os representantes das três categorias puderam falar abertamente ao público, apontando o descontentamento com a administração estadual.

 

A Bahia é detentora do 1º lugar em Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste e o 6º do país. No entanto, apesar disso ser alargadamente publicizado pelos governos, os servidores do estado são mal remunerados, como os docentes do ensino superior que recebem o segundo pior salário entre as universidades estaduais nordestinas. Para se ter uma ideia, “a diferença entre a Paraíba (1 colocada) e a Bahia chega a R$3 mil no mês, afirmou Jucelho Dantas (Adufs). Hoje o governo só paga melhor do que o Maranhão, que neste momento está em Campanha Salarial.

 

A forma como o COPE/CODES vem agido, ao decidir quem pode progredir na carreira, também foi denunciada. “Ao contrário do que diz a propaganda do governo, esta é a realidade da Bahia e é completamente diferente da ficção. Nós não estamos brincando”, disse o presidente da Adusb e coordenador do Fórum das Ads, Alexandre Galvão.

 

Após o ato, uma comissão foi recebida pela Coordenadoria da Secretaria de Relações Institucionais (Serin), Marivaldo Dias e Meira Cláudia, pelo Coordenador da CODES, Clovis Caribé. De concreto apenas a possibilidade de agendamento de uma reunião com o secretário de Educação, Oswaldo Barreto, na primeira quinzena de maio, quando então o assunto, poderá ser discutido com o secretário de educação.

 

Novas assembleias para pautar o indicativo de greve na Adufs e Adusc estão marcadas para a próxima semana. A Aduneb aprovou o indicativo na tarde desta quarta, 28, enquanto a Adusb já está com indicativo aprovado desde o dia 18 de março. Caso o governo não abra a negociação e não apresente alguma proposta até o dia do agendamento da reunião, só restará ao Movimento Docente iniciar uma greve geral em todas as UEBA.

 

Assista ao vídeo sobre a paralisação no site do Jornal A Tarde.

 

Fonte: Ascom Adusb