Comunidade acadêmica reivindica 7% da RLI na ALBA

Nesta quarta (11), docentes estudantes e técnicos das Ueba realizaram audiência e aula pública na Assembleia Legislativa (ALBA). A atividade teve como finalidade denunciar a crise orçamentária, reivindicar autonomia universitária e 7% da RLI para o orçamento das UEBA. Durante todo o dia as quatro universidades estaduais permaneceram fechadas em protesto contra a redução de quase 12 milhões prevista para as verbas de investimento e custeio em 2014.

Aula pública com o professor Milton Pinheiro

No inicio da manhã o professor Milton Pinheiro (Uneb) ministrou aula pública com o tema “Crise da universidade: expansão, precarização e intensificação do trabalho”. O docente apresentou em suas discussões aspectos dos efeitos da crise orçamentária nas Ueba. Pinheiro defendeu que a crise do capital tem levado a uma insolvência das relações sociais gerando a incapacidade do capitalismo resolver suas pendências na própria lógica do mercado.

O descaso do governo estadual em relação à educação pública superior tem gerado a incapacidade de manutenção das universidades estaduais. Para o professor, o governo da Bahia tem recursos para atender as reivindicações do movimento. No entanto, tem outras prioridades.

Audiência Pública

Com o plenarinho lotado, docentes, estudantes e técnico(a)s entoaram palavras de ordem por mais investimentos na educação. O coordenador do Fórum das Ads, Marcos Tavares, criticou a priorização das obras da copa em detrimento da educação pública. Um exemplo citado foi o da arena Sauípe que custou aos cofres do Estado cerca cinco milhões de reais.

Na oportunidade, o coordenador defendeu a importância das universidades estaduais para o desenvolvimento do Estado, bem como seu papel na produção e democratização do conhecimento no interior da Bahia. O docente também relembrou a luta desde 2010 pelos 7% da RLI. Para o coordenador, os cortes no orçamento não são novidade para as UEBA. Todos os anos as reitorias fazem um planejamento de recursos necessários. Entretanto, o governo ignora a projeção e sempre aprova um orçamento bem inferior. A situação atual é ainda mais grave, pois as verbas de investimento e custeio do já raquítico orçamento aprovado em 2013 serão reduzidas em quase 12 milhões para 2014. O presidente considerou a crise como inaceitável e afirmou que a comunidade acadêmica lutará contra estes ataques.

O representante do Fórum de Reitores e vice-reitor da Uesb, José Luiz Rech, definiu a situação do orçamento das Ueba como um “paciente na UTI” e que esse “é um dos piores momentos que já viveu na universidade”. A crítica à não priorização da educação também foi feita. "Eu acho que se colocarmos o nome de Fonte Nova nas universidades nós ganharemos mais dinheiro", defendeu o representante. 

Pressionado pelo movimento, o deputado Álvaro Gomes anunciou que irá viabilizar uma reunião entre reitores e o governador, pois já no final de seu segundo mandato, Jaques Wagner ainda não recebeu as universidades. O deputado José Neto também se comprometeu em se reunir com o movimento para a discussão do orçamento 2014.