Em meio ao aumento do desemprego e inflação, governo Bolsonaro autoriza aumento na conta de luz

Em reunião extraordinária realizada nesta segunda-feira (30), a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidiu reativar o Sistema de Bandeiras Tarifárias nas contas de luz a partir do mês de dezembro. Com isso, a conta de luz já está mais cara em todo o país a partir desta terça-feira (1°).

Foi estabelecida a bandeira vermelha patamar 2 que é a mais cara e implicará em um acréscimo de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.

Em maio, a agência havia anunciado que não haveria cobrança de taxa extra de energia este ano por causa da pandemia. Mas ontem, decidiu revogar o despacho, alegando que os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas estão baixos e o acionamento de usinas termelétricas tem custo mais alto, que é repassado ao consumidor.

Tarifaço em meio à crise

Questionado nas redes sociais, Bolsonaro tentou justificar o tarifaço, alegando que o país pode “ter apagões” em razão do baixo nível dos reservatórios. Uma desculpa que não justifica penalizar novamente os trabalhadores e mais pobres com o aumento na conta de luz em meio à grave crise social que se aprofunda no país. O fato é há uma opção política por parte dos governos: proteger os lucros de empresas privadas e poderosos à custa de fazer a população pagar a conta dessa crise.

Quando se trata da população, Bolsonaro não está preocupado com os efeitos da pandemia e do aumento na conta de luz, mas o mesmo não pode se dizer em relação às empresas. O tarifaço na energia não vai parar apenas com essa retomada do sistema de bandeiras tarifárias.

Em maio deste ano, o governo publicou um decreto que estabeleceu um empréstimo bilionário, que pode chegar a R$ 12 bilhões, para socorrer as empresas distribuidoras de energia por conta dos efeitos da pandemia.

O decreto definiu que os custos serão divididos entre o setor e os consumidores e o financiamento terá impacto nas contas de luz a partir de 2021, quando começará a ser pago, até 2025. Além do empréstimo, as empresas poderão pedir a revisão dos contratos em vigor para “reequilíbrio econômico-financeiro”. Isso pode levar a mais aumentos nas contas e redução de investimentos.

Que os ricos paguem pela crise

O reajuste chega no momento em que os trabalhadores já sofrem com uma grande carestia, principalmente nos preços dos alimentos, e a inflação registra crescimento. Sem contar o desemprego que também bateu novo recorde e já atinge mais de 14 milhões de pessoas.

A CSP-Conlutas lançou um Programa Emergencial dos Trabalhadores para enfrentar a pandemia e a crise econômica, em que aponta propostas para defender os interesses e direitos da classe trabalhadora, principalmente os mais pobres e setores oprimidos.

É um programa de luta contra a crise capitalista e que defende que os ricos é que paguem pela crise que criaram. Confira AQUI.